28/05/2012 – Acaba de ser lançado no Brasil o portal “Quero Incentivar” – www.queroincentivar.com.br. A nova plataforma democrática promete revolucionar o conceito de financiamento coletivo (modalidade crowdfunding social) no país, tendo como objetivo principal aproximar investidores de projetos já aprovados em leis de incentivo – em prol da democratização e bom uso de incentivos fiscais.
Criado pelas agências de comunicação 3 Apitos e Diálogo Cultural, a ferramenta facilitará a captação de recursos para as áreas da Cultura, Esporte e Social. Tanto empresas quanto cidadãos comuns podem patrocinar as boas ideias, sem custo algum, direcionando parte dos impostos a serem pagos às causas que se identifiquem – ação conhecida como “colaborativismo”.
O combate ao mau uso de verbas públicas
Dados do Ministério da Cultura (MinC) apontam que, desde sua criação, em 1991, a Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) ainda beneficia poucos. Nesse período, apenas 3% dos produtores culturais captaram mais de 50% dos recursos disponíveis, necessários para a realização dos projetos pela lei. Em 2010, por exemplo, mais de 10 mil projetos foram recebidos pelo MinC, sendo que apenas 1/4 conseguiram captar recursos.
Na Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), a concentração de recursos nas mãos de poucos também é alarmante. Números do Ministério do Esporte indicam que, de 2007 a 2010, apenas cinco proponentes de projetos captaram sozinhos 32,2% – o correspondente a R$ 135 milhões de todos os incentivos já captados nesta lei. O subaproveitamento dos recursos na LIE é outro problema a ser combatido pela plataforma “Quero Incentivar”. Para se ter uma idéia geral, em 2010, dos R$ 400 milhões disponibilizados pelo Ministério do Esporte para a lei, apenas R$ 180 milhões foram captados – em torno de 45%, somente.
“As empresas podem direcionar até 6% do IR devido, sendo: 4% para cultura, 1% para o social e outro 1% para o esporte. No caso do ICMS, o percentual de dedução pode chegar a 3% do total, ajudando a patrocinar projetos que vão ao encontro de suas marcas. A atitude é benéfica para todos, já que reforça a imagem corporativa e desenvolve uma sociedade mais consciente e rica em cultura e informação”, explica Leonardo Marins, executivo e um dos sócios criadores do portal “Quero Incentivar”.
No “Quero Incentivar”, as informações são apresentadas de forma organizada e atrativa. Nas páginas dos projetos é possível assistir a vídeos, ver fotos, e encontrar as contrapartidas oferecidas em troca do patrocínio, além de serem apresentadas muitas informações sobre leis de incentivo. Desta forma, o site busca apresentar à população informações acessíveis sobre as leis de incentivo e dar uma chance para que qualquer projeto aprovado, em uma destas leis, possa chegar aos olhos de um potencial incentivador.
Crowdfunding social: financiamento coletivo e democrático
Qualquer pessoa pode contribuir e incentivar projetos culturais, esportivos ou sociais no país, direcionando até 6% do IR devido às ideias que tenha afinidade, que queira ver realizadas. O conceito de crowdfunding nasceu nos Estados Unidos e, por lá, a prática já é bem consolidada. Em apenas três anos a plataforma “Kickstarter”, por exemplo, já arrecadou mais de US$ 50 milhões. As contribuições estão ajudando a financiar mais de 22 mil criadores, designers, artistas e produtos de entretenimento.
No caso do portal “Quero Incentivar”, o enfoque é cultural, esportivo e social; e tem como meta incentivar patrocínios coletivos por cidadãos comuns e empresas via leis de incentivo. A partir de junho de 2012, a equipe “Q.I.” realizará campanhas e programas dentro de empresas, com o objetivo de estimular seus funcionários a incentivarem projetos que gerem benefícios culturais aos brasileiros.
“Ações de crowdfunding corporativo incentivam funcionários de empresas parceiras a patrocinarem projetos de forma colaborativa. Com o apoio burocrático da corporação, o processo é ainda mais fácil para funcionários se engajarem e contribuírem para bons projetos. Esse tipo de endomarketing permite uma relação diferenciada entre a empresa e seus funcionários, investindo em conjunto para que uma ideia saia do papel. O primeiro terá o patrocínio e o segundo recompensas dentro do projeto”, comenta Paulo Pontes, executivo e sócio criador do portal.
Sorrisos sem patrocínio
Crianças, idosos e pessoas especiais que estão internados em hospitais e clínicas de saúde de São Paulo se divertiam com os palhaços da Junta Medicômica (http://vimeo.com/11502857). Eles levavam alegria para espantar depressão, tristeza e outras aflições a pacientes desanimados. Até os que não viam motivos para sorrir se desligavam dos problemas e davam boas gargalhadas com os palhaços do projeto “Alegria & Terapia”.
A proposta terapêutica foi aprovada para captar recursos com empresas pela Lei Rouanet, porém, o projeto está paralisado, aguardando patrocinadores interessados no trabalho. Com mais de 300 ações, o grupo pretende atingir mais de 30 mil pacientes em São Paulo, em um período de um ano.
“Identificamos muitos projetos legais que, geralmente, não conseguem patrocínio por não serem apresentados de forma atrativa às empresas. Queremos ver projetos interessantes, em locais mais distantes dos grandes centros, e também categorias menos tradicionais, como circo em cultura e esgrima em esporte, por exemplo, recebendo mais visibilidade com a plataforma social”, analisa Pablo Ribeiro, executivo e sócio criador do site.
Cadastro de projetos aprovados
Qualquer um que tenha projeto já aprovado pela Lei Rouanet, Lei do Audioisual, Lei de Incentivo ao Esporte, FUMCAD, ProAC, Lei Paulista de Incentivo ao Esporte – ou qualquer outra lei de incentivo, seja municipal, estadual ou federal – poderá inscrevê-lo no site gratuitamente, de maneira fácil e com consultoria técnica.
Especializada em criar editais corporativos, a equipe do portal colaborativo dará suporte gratuito para empresas que buscam apresentar publicamente sua política de incentivos e divulgá-la no site. O objetivo é que corporações divulguem suas diretrizes de investimento em projetos culturais, esportivos ou sociais, promovendo concursos simples para selecionar as ideias com afinidades às estratégias e valores da marca – bastando que estejam cadastrados no portal. (Da assessoria de imprensa)
{jcomments on}