22/11/2010
Você já ouviu um áudio gravado na reunião em que, em 07 de março de 2005, um grupo de articuladores explicou ao ministro Gilberto Gil como e por quê a cultura digital deveria ser incorporada ao projeto dos Pontos de Cultura? A fala é de Thiago Novaes e explica, entre outras coisas, por que a iniciativa deveria usar software livre e as ideias de protagonismo, autonomia e articulação em rede que fundamentavam a proposta. Está na Linha do Tempo da Cultura Digital, que entrou no ar na semana passada, durante o II Fórum da Cultura Digital Brasileira.
Você estava em algum dos 17 Encontros de Conhecimentos Livres realizados em todo o país entre os anos de 2005 e 2006? Deixe seu comentário sobre o encontro. A Linha do Tempo da Cultura Digital foi concebida para crescer colaborativamente, e as pessoas podem tanto editar o conteúdo quanto registrar suas opiniões.
A Linha do Tempo da Cultura Digital é um projeto que visa recuperar a memória da cultura digital, inicialmente nos últimos 10 anos, no Brasil e no mundo. Uma das características bacanas é que, nos acontecimentos que se referem ao Brasil, os seus protagonistas podem registrar sua memória na primeira pessoa e, assim, colocar sua trajetória, de seu ponto de vista, no fluxo dessa história. A linha pretende recuperar fatos, eventos, pessoas e falas importantes para a fundamentação da cultura digital. Foi desenvolvida pelo Hacklab e pela Fli Multimídia e está aberto a qualquer um que queira ajudar na recuperação da memória da cultura digital nacional e internacional.
“A ideia de criar uma linha do tempo com todos os acontecimentos que marcaram a cultura digital no Brasil não é nova”, explica Leo Germani, que participou do desenvolvimento e também de vários eventos registrados na linha.”Essa história tem uma passagem importante que é o desenvolvimento da ação dentro do Ministério da Cultura, mas começa (e continua) com dezenas de ações de grupos independentes”, conta ele. “Acho que a grande motivação pra criar a linha foi a de conseguir enxergar a relação entre todas essas ações encadeadas em ordem cronológica”.
A linha do tempo permite ver as ações realizadas no Brasil em paralelo ao que vem acontecendo no mundo. “Toda a ação de cultura digital dentro dos Pontos de Cultura começou muito antes de existir o Youtube”, observa Germani. Um dos registros mais marcantes, para ele, é exatamente a fala de Novaes na reunião com Gilberto Gil.
A proposta é que o texto construído colaborativamente, para descrever os pontos marcados na linha, seja um registro mais “objetivo” do acontecimento. Mas as pessoas também podem registrar suas narrativas pessoais sobre cada evento em um espaço de comentários. No Encontro de Conhecimentos Livres de Santarém, por exemplo, Adriane Gama escreveu que “Foi quando o coletivo Puraqué se encontrou com o Brasil”. Ela é coordenadora da Casa Brasil de Santarém e uma das criadoras do Puraqué. Aproveitou e escreveu, no blog da Casa Brasil, sobre a linha do tempo da cultura digital em Santarém. É a linha do tempo se desdobrando.
Dê uma olhada e dê sua contribuição: http://linhadotempo.culturadigital.org.br/
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