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Menos ensino, mais aprendizagem

Ségio F. Lima, Professor de Física no Colégio Pedro II (MG)

 

ARede nº 100 – setembro/outubro de 2014

Uma possibilidade de “hackearmos” nossas escolas conteudistas, com seus extensos e rígidos programas disciplinares é introduzirmos, tanto quanto possível, os chamados projetos de aprendizagem. Resumidamente, se trata de deslocarmos o centro de gravidade das práticas escolares: menos ensino (exposição do professor) e mais aprendizagem (foco nos alunos com mediação do professor). Os projetos podem ser centrados em uma área de conhecimento (projetos disciplinares) ou em mais de uma área de conhecimento (projetos multi/interdisciplinares). A construção de artefatos ou a resolução de problemas (acessíveis ao estágio cognitivo dos alunos) é um ótimo pretexto para desenvolvermos (alunos e professores) habilidades de colaboração, pesquisa, gerenciamento e compartilhamento de informações, entre outros. E, não menos importante, de potencializar aprendizagens e produção de conhecimento livre.

O engajamento dos alunos na produção de artefatos requer a utilização de recursos
offline ou ainda a ocupação de outros espaços físicos para além da sala de aula. A colaboração fora do espaço-tempo da escola passa, necessariamente, pelo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

Um exemplo dessa abordagem

Palavras bonitas, mas como colocar isso em prática? Primeiro de tudo precisamos de um espaço online onde as informações sobre o projeto e as interações em torno do mesmo possam ocorrer. Desejamos que toda a “inteligência coletiva” que emerja do projeto continue livre, remixável e acessível. Para sermos realistas, queremos gastar o menor tempo possível com o gerenciamento e a administração de tal plataforma. Ouvi alguém citar blogues? Sim, existem várias possibilidades tecnológicas, mas o uso de um blogue talvez seja o mais simples. Wikis, Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) ou aplicativos de redes sociais (sempre que possível baseados em software livre) são outras possibilidades, ainda que, exijam mais expertise tecnológica!

Publicamos na plataforma escolhida o “roteiro do projeto”, que pode ser mais ou menos detalhado, dependendo apenas do nível cognitivo dos alunos ou dos objetivos educacionais que tenhamos em mente.

Além da mediação presencial (offline), a colaboração online entre os alunos e os) professores, por meio da plataforma escolhida, reforça a ênfase no processo (aprendizagem) e não no produto (o artefato em si!).

Por fim, escolhe-se um espaço da escola para a culminância dos projetos (apresentação da produção dos alunos) e, de modo facultativo – incentiva-se a reflexão escrita dos alunos sobre o  projeto, sempre que possível publicada com licenças flexíveis para a remixagem.

Um exemplo real dessa abordagem, usando o “minimalismo tecnológico” dos blogues, pode ser visto, por exemplo, no site Aprendendo Física.

goo.gl/l0oUnb


SLEducacional

Esta seção tem a curadoria do grupo Software Livre Educacional, formado por educadores e interessados em organizar e traduzir documentação e softwares livres para educação.

 

 

Se interessou? Veja mais informações na página brasileira do projeto (minetest.net.br) ou no grupo de trabalho do Software Livre Educacional (sleducacional.org/blog/groups/minetest).