Diretor-executivo da Linux International dá o caminho das pedras para substituir softwares proprietários por sistemas abertos
Fernando Couto
Jon Maddog Hall Jon “Maddog” Hall, diretor-executivo da Linux International,
apresentou, em abril, palestra promovida pela Vitec com o tema
“Migrando para Software Livre! Fazendo isso (quase) sem traumas”.
Mostrou, em 35 passos muito bem definidos, o caminho das pedras para
embarcar rumo ao código aberto, para cerca de 400 pessoas que lotaram o
teatro da Caixa Econômica Federal, em Brasília — a CEF mesma um exemplo
de muitos projetos de migração.
Os primeiros passos, diz Maddog, são aprender, investigar, planejar,
executar, contribuir e evangelizar. E, para esse percorrido, aponta
recursos e apoio logístico na web. No site
Lintraining, você descobre 41 centros de treinamento no Brasil
dedicados a Linux. Sobre certificações, ele recomenda acessar o LPI.
Para buscar ferramentas de planejamento, consultar a Freshmeat e o
Slashdot (veja os links).
Outra fonte para apoiar a migração de sistemas proprietários para ambientes livres é o site SourceForge. Atualmente, com 144.548 projetos colaborativos em software
livre e 1.545.409 desenvolvedores registrados. Para o ativista,
deve-se consultar, principalmente, as grandes iniciativas — como as de
sistemas de ERP (para gerenciamento de recursos corporativos), CRM
(gerenciamento de clientes), Asterisk (VoiP).
Segundo Maddog, o processo de adoção do software livre, do
usuário comum aos grandes conjuntos corporativos, leva em conta
aspectos como segurança, formatos de arquivo, distribuição e redução de
custos. Ele sugere aos desenvolvedores usarem ferramentas compatíveis,
como a suíte GNU Compiler (compiladores); linguagens que tenham
portabilidade (ou seja, que gerem programas que podem ser convertidos
para outra linguagem); e destaca a plataforma de desenvolvimento Mono.
Aponta, ainda, alternativas abertas — como o TinyOS (componente para
dispositivos móveis em redes sem-fio).
Fotógrafo
Surpreendeu o público ao tirar uma câmera digital da pasta e fotografar
a platéia. E explicou: quando começou a fazer palestras sobre o software
livre, seu chefe duvidou que haveria público. Se a liberdade vai se
sobrepor ao poder estabelecido no campo dos computadores é tão incerto
quanto em outras áreas da atividade humana. “Mas, juntos, podemos
encontrar mais caminhos para resolver os problemas sociais do software
proprietário”, diz.
O apelido Maddog (mad dog, ou cachorro louco) surgiu nos
tempos de faculdade, quando o diretor-executivo da Linux International
discutia, diariamente, com seu chefe de departamento. Um belo dia,
brigaram “cinco vezes” e em todas, o militante do software
livre levou a melhor. O chefe era inglês. E lhe contou que, quando
viveu em Hong Kong, na China, depois do toque de recolher imposto pelos
colonizadores britânicos, só ficavam na rua os ingleses com passaporte
e os “cachorros loucos”, sem juízo. “Como eu sou inglês e você não…”,
completou. E daí ele ficou sendo chamado Jon “Maddog” Hall.
http://focalinux.cipsga.org.br/ — Consulte o “guia online”.