As entidades vão atuar na
capacitação e articulação dos Pontos, substituindo o IPTI, cujo
contrato com o MinC chega ao fim. Verônica Couto
Mapa dos Pontos de Cultura por
todo o país
O Ministério da Cultura abriu edital para seleção de Pontões de Cultura
e Pontões Digitais, que devem atuar como “articuladores, capacitadores
e difusores, no campo das ações do Programa Cultura Viva e das áreas de
interesse”, afirma Célio Turino, secretário de Programas e Projetos
Culturais (SPPC) do MinC. Os Pontões vão substituir, em grande medida,
o trabalho dos implementadores do Instituto de Pesquisas em Tecnologia
e Inovação (IPTI), cujo contrato com o Cultura Viva encerra-se este mês.
“Esse trabalho de orientação e capacitação da cultura digital — para construção de sites,
metarreciclagem, produção audiovisual, música —, que era feito pelo
IPTI com pessoas contratadas fora da rede [dos Pontos de Cultura], será
feito, agora, dentro da própria rede. Essa etapa foi fundamental e teve
seu tempo de vida, mas queremos criar um vínculo mais orgânico com os
Pontos”, explica Turino. A parceria com o IPTI durou dois anos. O
contrato mais recente previu desembolso de R$ 2 milhões por um ano (a
maior parte com recursos do Pnud-Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento), e envolveu a remuneração de 60 implementadores, além
de deslocamentos e insumos. O IPTI produziu, por exemplo, cerca de 40
Encontros de Conhecimento Livre, com oficinas para integrantes de
Pontos de Cultura.
Os Encontros devem continuar, acredita Turino. Mas seu formato vai
depender dos projetos a serem apresentados pelos candidatos a Pontão.
Possivelmente, ganhem alcance mais regionalizado. O MinC tem R$ 7,5
milhões para aplicar nos Pontões selecionados, cujo teto para cada
projeto é de R$ 500 mil. Se todos demandarem o limite máximo de
recursos, seria possível conveniar 15 Pontões. Nesse caso, a idéia é
ter sete Pontões de Cultura, semelhantes aos 30 que já existem na rede.
Ou seja, funcionando como um articulador, capacitador e difusor
cultural, a partir de necessidades temáticas, por linguagem artística
ou territorial. Por exemplo, focado no tema juventude; ou numa
linguagem, como dança, música, vídeo; ou envolvendo atividades de todas
as áreas, mas atendendo a uma região determinada. Além desses,
espera-se criar oito Pontões de Cultura Digital, com as mesmas funções
dos outros Pontões, mas usando predominantemente meios digitais nas
suas ações.
Com as inscrições para o edital, será formado um banco de projetos, que
poderão ser chamados, futuramente, de acordo com a disponibilidade de
recursos. A data de entrega das propostas foi prorrogada até 20 de
agosto.
Apesar do fim do contrato do IPTI para implementação do Cultura Digital
(que integra o programa Cultura Viva), a Secretaria de Programas e
Projetos Culturais (SPPC) do MinC vai manter uma pequena estrutura, de
dez a 15 pessoas, para apoiar ações de monitoramento do programa e
repasses de tecnologia para os Pontos de Cultura. “Pode ser com o IPTI
ou Pnud, mas numa estrutura muito mais leve, e com novos valores, que,
neste momento, estão sendo discutidos”, detalha Célio Turino, titular
da secretaria. O próprio IPTI não irá se canditatar a Pontão, pelo fato
de ter colaborado nas definições e formatações que embasaram o edital.
Também serão mantidos, garante Turino, o apoio ao Estúdio Livre (site
para pesquisa tecnológica em mídias livres e armazenamento de produções
multimídia), e o Conversê (fórum de discussão para intercâmbio entre os
PdCs). Mas o titular da SPPC espera que, mais uma vez, as ações evoluam
na perspectiva de serem incorporadas e apropriadas pelos integrantes da
rede de Pontos. “Vamos mantê-los, para, futuramente, também irem se
esvaindo, numa fusão com a rede, na direção da autonomia dos Pontos”. A
greve dos fucionários do MinC, na sua avaliação, não tem impacto sobre
o programa, que atua principalmente com recursos do Pnud.
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