MiniCom quer ouvir a sociedade sobre o Canal da Cidadania

Consulta pública vai até 12 de abril. Ministério propõe um modelo baseado na multiprogramação, com previsão de quatro faixas de conteúdo

Consulta pública vai até 12 de abril. Ministério propõe um modelo baseado na multiprogramação, com previsão de quatro faixas de conteúdo

do site do Ministério das Comunicações

14/03/12 – O Ministério das Comunicações (MiniCom) colocou em consulta pública ontem a norma que vai regulamentar o funcionamento do Canal da Cidadania. Previsto no decreto de implementação da TV digital, em 2006, o canal tem como principal objetivo dar espaço para a produção feita pelas próprias comunidades e para a divulgação dos atos dos poderes locais, como assembleias legislativas e câmaras de vereadores.

O decreto de 2006 estabeleceu o Canal da Cidadania como um dos canais públicos digitais explorados diretamente pela União. Com a consulta pública, o MiniCom dá um passo adiante para que o canal possa entrar no ar, buscando ouvir a sociedade sobre os detalhes de seu funcionamento. De acordo com o coordenador-geral de Radiodifusão Comunitária do Ministério das Comunicações, Octavio Pieranti, o ministério quer que o canal seja uma ferramenta de transparência e pluralidade.

“A ideia é que o canal permita à sociedade acompanhar o trabalho do poder público local, como hoje a sociedade brasileira já pode acompanhar o trabalho do Senado e da Câmara, por exemplo. O Canal da Cidadania também possibilita que a sociedade se expresse diretamente na radiodifusão aberta digital. Assim como as rádios comunitárias representaram um avanço significativo para que as comunidades pudessem se expressar, agora a sociedade brasileira contará também com o Canal da Cidadania”, afirma.

O texto em consulta traz uma novidade em relação a normas anteriores sobre o Canal da Cidadania. Agora, o Ministério das Comunicações está propondo um modelo baseado na multiprogramação, com previsão de quatro faixas de conteúdo. A primeira será atribuída ao poder público municipal; a segunda, ao poder público estadual; e as outras duas serão destinadas a associações que ficarão responsáveis por veicular programas produzidos pela comunidade local.

Um dos modelos que o ministério quer adotar é o de outorga, que deverão ser solicitadas por municípios ou estados que queiram implementar o Canal da Cidadania. Já no caso das associações, a seleção será feita por aviso de habilitação. Segundo a proposta em consulta, os municípios e estados têm até 18 meses após a publicação da norma para solicitar a exploração do Canal da Cidadania. A partir da conclusão desses processos de outorga, o MiniCom lançará os avisos de habilitação para que as entidades comunitárias dessas localidades se candidatem a gerar programação. Quando começar a funcionar, o Canal da Cidadania poderá ser sintonizado na TV aberta digital, gratuitamente.

Entre os princípios do Canal da Cidadania, estão: formar criticamente o indivíduo para o exercício da cidadania e da democracia; expressar a diversidade de gênero, ético-racial, cultural e social; promover o diálogo entre as múltiplas identidades do país; fomentar a produção audiovisual independente, bem como a produção local e regional; prestar serviços de utilidade pública; e promover programas de finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.

As contribuições à consulta pública podem ser enviadas via internet até o dia 12 de abril. Por carta, o prazo para recebimento no ministério é dia 11.

Para participar da consulta pública, clique aqui.

{jcomments on}