21/05/2013 – Vagas para estacionamento nas ruas e avenidas são algo tão comuns e presentes no cotidiano que uma pergunta que deveria ser óbvia soa como surpreendente: por que há tantos espaços públicos destinados a automóveis particulares nas grandes cidades? Esse o questionamento que faz o movimento Vaga Viva, que terá uma edição no próximo sábado (25), durante o Conexões Globais.
O Vaga Viva é um movimento internacional criado em 2005 por um escritório de design e arte de San Francisco, nos Estados Unidos. A ideia é ocupar vagas de estacionamento para os carros principalmente durante o Dia Mundial sem Carro, em setembro, questionando a destinação de espaços públicos para este fim. Como um movimento open source, pode ser apropriado e readaptado por outras pessoas. Em Porto Alegre, as edições do Vaga Viva acontecem desde o começo de 2011.
“O objetivo é fomentar tanto a vida comunitária do bairros, que têm poucos espaços de permanência, e também chamar atenção para o fato de que 70% das cidades são destinadas para automóveis, enquanto apenas 30% são destinadas para as pessoas”, afirma a estudante de arquitetura Giana Rocha, integrante do Vaga Viva em Porto Alegre.
No sábado, último dia do Conexões Globais, haverá uma edição do Vaga Viva na rua dos Andradas, em frente à Casa de Cultura Mario Quintana. Como as atividades são abertas, não há uma “programação” para o evento, mas já se sabe que haverá, por exemplo, trocas de livros e doação de mudas de árvores.
A mais recente edição do Vaga Viva em Porto Alegre aconteceu no dia 30 de abril. A ideia é fazer novos encontros até fazer uma grande atividade no próximo Dia Mundial sem Carro, em 22 de setembro. Na capital gaúcha, o Vaga Viva acontece no contexto de outros movimentos de retomada dos espaços públicos, como o Largo Vivo, que realiza atividades lúdicas e culturais no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público.
“Está acontecendo em todas as grandes cidades um movimento de retomada destas cidades pelas pessoas. As cidades foram planejadas para os carros, nos anos 50, mas hoje todos sabemos que isso é insustentável”, explica Giana.
O Conexões Globais acontece de 23 a 25 de maio, na Casa de Cultura Mario Quintana. De quinta a sábado, serão três dias de debates e trocas de experiências sobre cultura digital, ativismo na era da internet, democracia 2.0, direito à comunicação, entre outros temas. O evento é uma realização das secretarias de Cultura (Sedac) e Comunicação e Inclusão Digital (Secom).