O Instituto Embratel conclui, em agosto, a conexão das escolas rurais que integram o piloto do seu projeto de educação.
Escola de Poço da Cruz, em
Ibimirim(PE)
Imagine o que representa para uma escola instalada na zona rural, com
140 alunos entre internos e semi-internos, e que fica a 12 quilômetros
da cidade de Arrais, no Tocantins, a chegada do computador e da
internet? Uma revolução, resume José Marcos Dinalo, diretor da Escola
Estadual David Aires França, que tem grade curricular de um colégio
rural, com disciplinas relacionadas à agricultura e zootecnia. Sem
biblioteca, com dois computadores exclusivos da área administrativa e
assim mesmo quebrados, a rotina da escola foi alterada a partir do
momento que chegou a internet, via satélite, e um laboratório de
informática com cinco computadores.
A David Aires França é uma das 21 escolas rurais que integram o projeto
piloto que está sendo desenvolvido pelo Instituto Embratel. Além de
conexão em banda larga via satélite, o Instituto disponibiliza para os
alunos e professores, em seu site, cursos online de iniciação à
computação e navegação na internet (sistema operacional Linux),
todo o acervo de seu projeto Biblioteca Digital, com 1,8 mil fitas
digitalizadas (palestras, cursos e eventos realizados em bibliotecas),
e acesso à programação da TV.Com, canal de TV via internet, que
funciona 24 horas e envolve 11 parceiros de conteúdo, entre eles os
ministérios da Educação e da Cultura e várias universidades.
O projeto piloto, conta Luiz Bressan, diretor do Instituto Embratel,
começou a ser desenvolvido no ano passado, mas a conexão das escolas à
internet está sendo concluída agora, em agosto, em função da morosidade
para se firmar um acordo técnico-educacional entre o Instituto e as
secretarias de educação estaduais e municipais. “Neste semestre, vamos
fazer uma avaliação do piloto”, comenta Bressan.
Uma revolução na E.E. David
Aires França, a 12 km de Arrais (TO)
O foco do Instituto, que iniciou seu trabalho pelo programa Biblioteca
Digital, desde o ano passado passou a ser a educação. “Como estamos
presente na zona rural, com os telefones de uso público conectados via
satélite, vimos que havia uma oportunidade de focar nosso trabalho nas
escolas rurais, usualmente sem acesso à internet até em função de sua
localização”, explica Ana Maria Dias, coordenadora de projetos do
Instituto Embratel. Além desses programas, o Instituto conta com oito
telecentros comunitários, que se chamam Ponto Comunidade, e outros dez
instalados em bibliotecas.
Nos convênios com estados e municípios, o Instituto entra com a conexão
em banda larga, e o acesso a conteúdos, e a secretaria de educação com
o laboratório e o treinamento dos professores. Das escolas que integram
o projeto piloto, o Centro Tecnológico de Agricultura Familiar e
Desenvolvimento Sustentável, localizado na comunidade Poço da Cruz, em
Ibimirim (PE), foi um dos primeiros a receber a antena e a se conectar
à internet. O laboratório, com dez micros, atende aos 120 alunos
– jovens entre 14 e 16 anos, que recebem formação tecnológica para
desenvolver os arranjos produtivos de suas comunidades. Mas é aberto a
outros que não são alunos da escola. Segundo Viviane Maria Santana, 19
anos, ex-aluna do Centro e hoje monitora do laboratório de informática,
alunos e jovens de Poço da Cruz gostam muito de frequentar o
laboratório: “Para muitos, foi o primeiro contato com um micro e a
internet”.