N@escola – Inclusão também para professores

Projeto de empresa de tecnologia leva computadores e internet para alunos, docentes e funcionários de escola estadual na zona norte de São Paulo.



Projeto de empresa de tecnologia leva computadores e internet para
alunos, docentes e funcionários de escola estadual na zona norte de São
Paulo.

O projeto inclui a implantação

de catracas na entrada da escola.
Muito se fala da necessidade de inclusão digital dos alunos da rede
pública. Que o computador ou a internet, de preferência com conexão
banda larga, são essenciais para que o estudante desenvolva seu

aprendizado. E os professores, alguém se preocupa com eles?

Na Escola Estadual Oscar Blois, na Vila Jaraguá, localidade de baixa
renda na zona norte São Paulo, a média salarial dos docentes é de três
salários mínimos e, segundo a direção, 90% não têm acesso à tecnologia.
Ou, pior, não sabem mexer com funções básicas de um computador. Para
mudar esse cenário, a CPM, empresa de consultoria e infra-estrutura
tecnológica, implantou um projeto piloto de inclusão no local. Os
beneficiados, além de alunos e professores, serão todos os funcionários
do colégio.

A empresa instalou 20 computadores na Oscar Blois. Além disso, está
pagando a conexão em banda larga para todas as máquinas. Os mil alunos,
além de 55 professores e 12 funcionários, terão cursos de Office.
Voluntários que trabalham na própria CPM darão suporte técnico aos
aprendizes do colégio.

“O principal ganho para a comunidade foi a volta do interesse, tanto de
alunos como dos professores, pelas aulas”, afirma a diretora do
colégio, Fátima Claret. Segundo ela, muitos educadores tinham um índice
elevado de faltas, porque os próprios estudantes demonstravam pouca
dedicação às aulas. Dos computadores, dez foram instalados nas próprias
salas de aula. Os outros foram colocados em pontos estratégicos, como
secretaria, biblioteca, sala dos professores, coordenação pedagógica,
etc.

A CPM também automatizou a estrutura de segurança da escola. Agora,
para entrar no Oscar Blois, só com cartão, pela catraca eletrônica.
“Tínhamos muitos problemas de invasão por parte de pessoas
não-autorizadas”, acrescenta Claret. Apesar disso, pessoas do bairro
também podem usar a infra-estrutura tecnológica montada. Segundo a
própria empresa, outro objetivo é incluir digitalmente a comunidade.


A CPM dez computadores em
salas de aula.

O gerente de marketing da CPM, Nelson Wortsman, classificou a exclusão
digital no colégio como um verdadeiro “Muro de Berlim”, que separava
alunos e professores do mundo moderno. “Queremos fazer um
projeto-vitrine, criar um modelo, para que outras empresas possam fazer
o mesmo e adotar escolas”, explica ele. Vale ressaltar que essa adoção,
por parte da CPM, não tem prazo de validade. A intenção é pagar a
internet e monitorar o aprendizado ad infinitum. Ou até que a
instituição tenha condições de andar com as próprias pernas.

Foram parceiros da CPM nesse projeto as empresas Simdesk, MSTech, PCM,
Mades Treinamento, Atta, Micelli e Quality. Em 2006, a CPM pretende
expandir a iniciativa. O objetivo, segundo o presidente da empresa,
Antonio Carlos Gil,  é trazer mais parceiros para o programa e
incluir, pelo menos, mais cinco escolas – o que representará o
envolvimento de mais cerca de 6 mil alunos, 250 professores e cem
funcionários, além de toda a comunidade em torno dos colégios.