Notebooks vão entrar no Computador para Todos

A prorrogação do programa, a inclusão dos notebooks na linha especial de financiamento e a ampliação do valor dos computadores com isenção fiscal, medida incluída no PAC, vão continuar alavando a venda de micros.


A prorrogação do programa, a
inclusão dos notebooks na linha especial de financiamento e a ampliação
do valor dos computadores com isenção fiscal, medida incluída no PAC,
vão continuar alavando a venda de micros.

A venda de micros no país deve crescer este ano cerca de 20%, de acordo
com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
(Abinee), graças à ampliação, para R$ 4 mil, do valor dos computadores
e desktops com isenção fiscal de PIS e Cofins. A medida integra
o Programa de Aceleração do Crescimento- PAC, lançado pelo governo no
dia 22 de janeiro. A elevação do valor dos computadores beneficiados
pelo decreto deve repercutir especialmente na venda de desktops de configuração mais robusta — estima-se que os preços vão cair entre 10% e 12% — e na de notebooks,
que respondem por uma parcela pequena, de 7%, dos micros vendidos no
país. Ela não impacta os micros mais baratos, cobertos pelo programa
Computador para Todos, que oferece linha especial de financiamento para
a rede varejista como para o consumidor final. “Nas promoções de final
de ano, havia computador a R$ 890,00”, comenta José Luiz Aquino,
assessor do programa. Ou seja, bem inferior ao preço máximo contemplado
no Computador para Todos, que é de R$ 1.400,00.

As vendas dos computadores baratos deverão continuar aquecidas, já que
o programa Computador para Todos está mantido. O BNDES renovou a linha
de R$ 300 milhões para financiar a rede varejista (no ano
passado,  só conseguiu emprestar R$ 176 milhões), e a coordenação
do programa prometia editar um decreto, no início de fevereiro, com a
atualização da configuração da máquina. A memória mínima exigida passa
de 128 Mb para 256 Mb, a máquina não precisará ter leitor de disquete e
o monitor poderá, também, ter tela de cristal líquido.

Até R$ 1,8 mil

Voltado originalmente para desktops, o programa Computador para Todos vai cobrir, em 2007, também notebooks. As especificações da máquina ainda estavam em estudo, mas o valor será de, no máximo, R$ 1,8 mil. O notebook que atender às especificações mínimas e ao teto de preço vai contar, como os desktops do Computador para Todos, com financiamento especial para o varejo e para o usuário.

Uma outra ação em estudos é a criação de mecanismos para facilitar a
compra do Computador para Todos pelos professores das escolas públicas.
Como o governo federal já eliminou seus impostos e muitos estados já
reduziram o ICMS sobre os micros, há pouco a fazer na área fiscal.
Qualquer que seja a medida, ela implica negociação com os governos
estaduais. Mas atingir esse objetivo, segundo Cezar Alvarez, assessor
especial da Presidência da República e coordenador do programa, é
fundamental para o projeto de inclusão digital. Da mesma forma que
alavancou a venda de desktops — 256 mil máquinas até agosto, segundo a ITData —, o selo do programa deverá puxar as vendas de notebooks.
Mas o programa tem efeitos também sobre o preço de máquinas que não
levam o seu selo porque não atendem a configuração mínima de hardware e software.
Tanto que as vendas totais de micros cresceram, em 2006, 43%. A
estimativa é de que tenham sido comercializadas 8,3 milhões de
equipamentos. Segundo Alvarez, com as novas medidas, o Brasil poderá
produzir este ano, 9,5 milhões de micros, reduzindo o mercado cinza de
47%, em 2006, para 40%. Em 2004, a informalidade respondia por 73% das
vendas de micros no país.