30/09/09 – O departamento de Comércio dos Estados Unidos assinou hoje um acordo com a ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), órgão responsável pela delegação de domínios na internet, que prevê uma maior participação internacional no processo de nomeação de endereços de Internet. O ato põe fim a uma série de acordos de curto prazo entre os dois signatários e dá estabilidade a empresas como Verisign e Go Daddy, que vendem domínios e administram extensões do tipo “.com”.
Segundo a Reuters, o acordo é assinado meses depois de a União Europeia ter dito que a ICANN deveria se desligar do governo norte-americano e se tornar de fato independente, para permitir uma maior participação global. “O pedaço do bolo realmente está maior” para uma maior participação de outros governos, disse Larry Strickland, administrador do setor de telecomunicações e informação do departamento de Comércio, que assinou o acordo.
A agência informa que, antes de fechar o negócio, o governo dos EUA queria impor certas condições –em grande parte devido a questões apontadas por parlamentares — que devem ser acatadas antes que o acordo fosse assinado, incluindo a manutenção do órgão como organização não-lucrativa com sede nos EUA.
A ICANN foi aberta em 1998, operando sob o patrocínio do Departamento do Comércio, com a atribuição de decidir que endereços podem ser acrescentados aos domínios de topo (TLDs, na sigla em inglês), como o .com.
No Brasil, além da independência maior da ICANN, o diretor presidente do NIC.BR (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), Demi Getschko, defende uma participação mais robusta da América Latina no órgão. Veja entrevista de Demi a este respeito aqui. (Do Tele.Síntese)
Atualização, em 01/10/09 – A mudança na gestão da ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), órgão responsável pela delegação de domínios na Internet, que passa a ser gerida por grupos independentes e não apenas pelos Estados Unidos, como aconteceu até agora, foi bem recebida pelo Comitê Gestor da Internet. “Nos cinco anos em que participei do board da Icann nunca houve interferência dos EUA nas decisões do órgão. No entanto, a possibilidade de liberar (a gestão) de um governo específico e passa-la para a responsabilidade da comunidade como um todo, é uma medida na direção certa”, comentou Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e considerado um dos “pais” da Internet no Brasil. “Governo é importante, mas também o terceiro setor e a comunidade da internet como um todo”, acrescentou Demi.