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Novos paradigmas e desafios da Educação

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26/05 - No debate final da segunda edição do Conexões Globais, Timo Vuorikivi, Isadora Faber, Ivana Bentes, e José Clóvis de Azevedo ressaltam a necessidade de atualizar o ensino. 

Leonardo Foletto, do Conexões Globais

Qual a função das novas tecnologias digitais aplicadas à educação? Que mudanças propõe a pedagogia para o ensino desta nova geração de “conectad@s”? Estas duas foram apenas duas das muitas perguntas que estiveram por trás da última mesa do Conexões Globais.

A mesa teve como webconferencista o finlandês Timo Vuorikivi, editor assistente do Open Book, referência do movimento global pelo conhecimento livre. Timo falou que as novas inovações tecnológicas estão proporcionando acesso a informação para milhares de pessoas em todo o planeta, o que por sua vez está trazendo novas formas de aprendizado. Um dos pilares desse “novo mundo” educacional são os recursos educacionais abertos, que são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O Open Book, projeto que Timo é um dos editores, faz justamente este papel de popularizar as recursos educacionais.

Isadora Faber, aluna de uma escola pública de Florianópolis, falou que não esperava a repercussão que seu “Diário de Classe”. “Meus amigos diziam que eu estavam perdendo tempo. Nunca desisti, mesmo com represálias” , disse a menina tímida, de 13 anos, que foi “entrevistada” pelo mediador Nelson Pretto. A menina falou também do quer ser daqui a alguns anos: jornalista. Fica a pergunta: e ela já não é jornalista com o trabalho que faz no Diário de Classe, uma fanpage no Facebook que tem mais de 600 mil assinantes?

Em seguida, Ivana Bentes, falou da necessidade de repensar a escola, hoje tomada no modelo fordista de etapas que tem como exemplos a fábrica e a prisão, o um para todos. Com a rede, diz Ivana, a ideia de um para todos já não vale mais também para a educação, que precisa se reformular. “A pessoa não precisa de 4 anos na escola para se tornar um formador” diz ela, ressaltando das novas possibilidades que a tecnologia proporciona de criar universidades sem salas de aula, que possa investir numa formação livre, transdisciplinar, que saia da formação do especialista para a de um aluno multimídia capaz de transitar por várias disciplinas. “A ideia de futuro é muito antiga, o presente – nowtopia- é que está sendo transformado”, finalizou sua fala em alta velocidade Ivana.

José Clóvis de Azevedo (Seduc/RS), reforçou a ideia de Ivana de necessidade de transformação da educação. ”A nossa escola tem uma cultura muito centralizadora. As disciplinas não conversam”, diz José Clovis, ressaltando a ideia de pensar na totalidade e não em disciplinas separadas. ”Sempre que peço uma peça publicitária, aparece um lápis e um quadro negro, que infelizmente é a imagem dominante de escola”. A escola tem que deixar de ser a escola da fábrica”, finalizou a fala o secretário de educação do RS. “Precisamos transformar a sociedade da informação e sociedade do conhecimento”.

A pergunta que ficou latente durante a mesa é: como fazer essa transformação necessária na educação? há várias tentativas, mas nenhuma delas parece ser a resposta definitiva. Entretanto, parece que um dos consensos da mesa, levantado por Ivana, é a necessidade de flexibilização dos direitos autorais para com que os alunos possam reproduzir conteúdos para fins educacionais na íntegra de forma que isso não seja considerado ilegal.