18/08/2011
Eulália Mata é supervisora do polo Norte da Rede de Formação do Telecentros.br. Ela é uma das centenas de pessoas que acompanham a formação dos monitores. E é um dos nós da rede que o projeto está costurando, pouco a pouco, entre as pessoas que vão trabalhar em telecentros de todo o país.
A formação prevê encontros presenciais, mas é realizada principalmente à distância. “A principal estratégia é usar as tecnologias para a comunicação, porque são um elemento importante para estreitar as relações de parcerias entre supervisor, tutor e monitor”, explica Eulália. “A relação com os monitores e as tutoras é de amizade e parceria, para que consigam desenvolver da melhor maneira os projetos comunitários. Temos que saber conquistar a confiança dessas pessoas porque iniciamos o curso online”.
Na edição do mês de agosto da revista ARede, publicamos uma matéria que mostra as conversas entre essas pessoas – supervisores, tutores, monitores e pessoal da coordenação dos polos – como um dos principais indicadores de que a rede está realmente se formando. Agora, publicamos um texto da Eulália sobre seu trabalho, para mostrar como isso acontece no dia a dia. E como as ferramentas de bate-papo e as redes sociais são usadas para manter a comunicação entre todos. Manter as conversas e a rede vivas. Veja abaixo:
“Sou supervisora da turma Algodoal, com dez monitores, e turma Ajuruteua, com sete monitores. Cada turma de monitores tem uma tutora para orientá-los no processo de formação. O processo é realizado na plataforma Moodle.
Realizo um trabalho de parceria com as tutoras. As tutoras são as pessoas mais próximas dos monitores na formação. Mas eu gosto de conversar com os monitores, para conhecê-los e assim saber como poderemos trabalhar sua orientação. Buscamos ter comunicação com todos os monitores, para falar sobre os projetos comunitários que eles desenvolvem ao longo da formação.
Os monitores, as tutoras e a supervisora moram em cidades diferentes. Então precisamos ficar online nas redes sociais e na plataforma Moodle, para que ocorra a comunicação entre todos os sujeitos envolvidos. Sempre oriento as tutoras a ficarem online com os monitores, enviarem mensagens via Moodle ou email, para promover a formação desses monitores da melhor forma. Os monitores são orientados a ler os materiais disponíveis nas fases 1 e 2 da formação, assistir os vídeos, refletirem sobre os assuntos abordados em função da comunidade e do projeto comunitário. Também conversamos sobre a oportunidade de conhecerem novos assuntos, que poderão ajudar em seu desenvolvimento individual e coletivo. Sobre serem monitores colaborativos, cooperativos e participativos. A cada semana, vou percebendo que preciso usar novas estratégias para manter os monitores estimulados juntamente com a tutora.
A minha primeira turma iniciou em maio. A partir de junho, criei em parceria com a tutora Jéssica um grupo no Facebook. Esse grupo foi renomeado várias vezes, hoje se chama “Monitores Polo Norte Telecentros.BR”. Ali incluímos todos os monitores que fazem parte do Polo Norte, não somente os que nós duas orientávamos. A idéia surgiu da necessidade de ter um espaço para que os monitores pudessem desenvolver o processo de aprendizagem, compartilhamento e cooperação através das redes sociais. Ali há discussões, questionamentos, soluções, criatividade. Coisas interessantes para o desenvolvimento intelectual, de inclusão digital e social. Sempre pensando no crescimento das comunidades, por meio de ações diretas ou indiretas. É um espaço onde poderão dar visibilidade aos projetos e ações realizadas pela comunidade, juntamente com os monitores. Hoje há 112 participantes nesse grupo no Facebook, onde alguns monitores já publicaram sobre projetos comunitários o planejamento e/ou a execução.
A principal estratégia é usar as tecnologias para a comunicação, porque são um elemento importante para estreitar as relações de parcerias entre supervisor, tutor e monitor. Os materiais da formação são importantes para que os monitores reflitam e se vejam no contexto de suas comunidades. A tutora é essencial para estimular a presença dos monitores na plataforma Moodle e nas redes sociais. Isso ocorre através de ferramentas de bate-papos e também dá os feedbacks sobre a formação aos monitores. O supervisor analisa e reflete sobre estratégias para promover a formação dos monitores, já pensando na produção de projetos comunitários.
Aplicamos um formulário online para conhecer melhor os monitores de cada tutora. Registramos as respostas em uma planilha e isso nos ajuda saber as redes sociais, horário de uso da plataforma Moodle, onde o monitor acessa a formação (no telecentro, em casa, outros lugares) e saber o que almejam com a formação.
Realizo um trabalho no grupo do Facebook, de conversar com os monitores que aparecem online para que compartilhem seus projetos comunitários, que interajam entre eles, que um incentive o outro nesse processo.
A relação com os monitores e as tutoras é de amizade e parceria, para que consigam desenvolver da melhor maneira os projetos comunitários. Temos que saber conquistar a confiança dessas pessoas porque iniciamos o curso online. Então precisamos ajudá-los com as dúvidas e os medos de estarem promovendo inclusão digital na comunidade. Alguns monitores com quem tenho contato já tinham a habilidade para trabalhar com os problemas sociais.
A formação tem sido o elemento importante para que coloquem suas idéias em prática. Os monitores que ainda não tinham esse perfil se sentem mobilizados a promover projetos que tem haver com a necessidade da comunidade, juntamente com seus conhecimentos. E sempre os incentivo a buscarem parcerias para que os projetos comunitários sejam autônomos e independentes do programa Telecentros.BR.
Há diversos projetos sendo elaborados. E são vários os temas: valorização humana, informática, cultura etc. O tema central é a comunidade, e vejo que os projetos são possibilidades de compartilharem informação. A parceria que ocorre na formação entre os atores desse processo deve refletir nas comunidades através dos projetos. E reafirmo que a principal estratégia da minha supervisão é a comunicação que nos torna próximos apesar da distância física. Isso ocorre pelo uso das tecnologias de comunicação e informação.
Quando estou online, atendo a todos os monitores que me procuram. Também participo, incentivando-os a refletir sobre os projetos, no bate-papo do grupo do Facebook. Assim todos trocam idéias, os monitores que ainda não possuem projeto começam a conhecer os que já têm e juntos constróem conhecimentos aprimorando os projetos as necessidades das comunidades.
Eulália Mata”
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