28/11/2011
Do Link
A terceira edição do Fórum de Cultura Digital ocorre neste fim de semana, e desta vez será realizado no Rio de Janeiro. O evento, que agora passa a se chamar Festival CulturaDigital.Br, é o maior da área no País e funciona como um encontro de grupos que discutem e pensam cultura digital no Brasil e no mundo.
De teorias de redes a moedas alternativas, como o BitCoin, passando por encontros hackers e discussões sobre políticas públicas, o Festival é um lugar físico para que as pessoas que já estão conectadas em rede tenham uma chance de discutir também pessoalmente.
Seguindo o costume, o anfitrião do evento será o músico Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura (2003-2008) e o responsável por tornar o meio digital uma das diretrizes culturais no País. Gil mediará o debate inicial na sexta-feira com Yoachai Benkler, intelectual da Universidade de Stanford.
O Festival será realizado no Museu de Arte Moderna, no Rio. É a primeira vez que ele sai de São Paulo – e, daqui para frente, a ideia é manter o nomadismo. O evento deve manter os moldes da edição anterior, que foi realizada no espaço da Cinemateca, com lounge, laboratório de gambiarras eletrônicas e experimentações visuais.
No sábado, estão programadas palestras de Michel Bauwens, fundador da P2P Foundation e pesquisador da área de produção de pares, governança e propriedade, e de Kenneth Goldsmith, fundador do repositório de arte online Ubuweb. No dia seguinte haverá a participação do escritor Paulo Coelho – por videoconferência – e de Philippe Aigrain, CEO da Sopinspace, Sociedade pelos Espaços de Informação Pública, empresa de softwares gratuitos que promovem a democracia na internet.
As palestras principais são só um dos braços do encontro. Um dos eventos mais legais é a apresentação de projetos – batizada de Mostra de Experiências.
Estarão no Rio, por exemplo, o Chokepoint Project, projeto que mapeia os nós que controlam a web, e o Deleted City, projeto de arqueologia digital da Holanda. A lista é imensa e contempla grupos do Brasil, Grécia, Guatemala, EUA e China.
O Festival ainda traz artistas visuais, realiza um encontro de redes (como o pessoal do Transparência Hackday, que irá para lá na primeira viagem do Ônibus Hacker e o coletivo Fora do Eixo) e promove debates sobre tecnologias sociais.
“Neste ano o caráter celebratório se acentua”, diz Rodrigo Savazoni, coordenador do Festival. “Nas edições anteriores ainda havia muito a ideia de formular e apontar caminhos para as políticas culturais. Isso ainda acontece, mas agora a ideia é que as pessoas celebrem e troquem ideias”. Savazoni lembra o paradoxo que aconteceu na cultura digital no País.
Ao mesmo tempo que o berço dos projetos e principal apoiador, o Ministério da Cultura, deixou as políticas de lado, houve um fortalecimento dos grupos que fazem e pensam cultura digital no País. E eles estarão todos no Rio no próximo final de semana. O evento é gratuito e será transmitido pela internet.
Quem fala
Sexta-feira — Yochai Benkler, codiretor do Centro Berkman para Internet e Sociedade, abre o evento com Gilberto Gil.
Sábado — A palestra do dia é de Michael Bawens, fundador da P2P Foundation.
Quem faz
Sábado — O projeto de arqueologia digital Deleted City, sobre o Geocities, estará na Mostra de Experiências.
Domingo — Destaque para a apresentação do grupo hacker alemão Computer Caos Club.
Quem vai
Hackers — Membros do grupo Transparência Hacker levam o Ônibus Hacker para o fórum
Fora do Eixo — O coletivo de shows e festivais aproveitará o MAM para realizar um de seus encontros.
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