Operadoras reagem a proposta de garantia de velocidade na banda larga móvel

A proposta foi apresentada pela Anatel e rebatida pelo sindicato das operadoras de telefonia móvel. Mas o debate continua, também em outro contexto. Qualidade da banda é um dos temas do PNBL.

12/08/2010

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) propôs a implantação de um indicador específico  para avaliar a qualidade para banda larga móvel, de acordo com matéria publicada pelo IDG Now. A proposta foi apresentada durante audiência pública realizada ontem (11) na sede da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio) para debater a revisão da regulamentação da gestão de qualidade do serviço móvel pessoal (SMP).

Segundo a proposta da Anatel, a velocidade de conexão poderá cair, no máximo, até a metade da capacidade contratada nos horários de pico e até 70% durante o restante do dia. Hoje, as operadoras se comprometem a entregar apenas 10% da capacidade contratada. A agência também pretende que seja feita uma pesquisa com os usuários para medir o grau de satisfação.

Hoje, de acordo com o Tele.Síntese, o SindiTelebrasil, sindicato das operadoras de telefonia móvel, divulgou um estudo no qual explica que não se pode garantir uma velocidade mínima à maioria das conexões de internet, porque elas extrapolam os limites das redes de apenas uma operadora. Para acessar redes de relacionamento, o internauta demanda comunicação com outras redes e se conecta a sites de fora do País.

“No caso da banda larga móvel, serviço que não trafega exclusivamente por meio físico, há adicionalmente barreiras naturais, geralmente associadas à geografia e à ocupação urbana e que efetivamente interferem na velocidade de acesso. Outros serviços que também usam tecnologia sem fio podem sofrer oscilações. É comum, por exemplo, que um rádio, instalado em um carro, deixe de receber o sinal da emissora quando atravessa um túnel”, diz o estudo, realizado pelo CPqD.

Este debate vai além da discussão sobre o plano de qualidade dos serviços móveis: como regulamentar e monitorar parâmetros de qualidade da banda larga é uma das ações do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) a serem discutidas na próxima reunião do Fórum Brasil Conectado, entre os dias 24 e 26 de agosto.

Os gestores do plano pretendem: garantir o cumprimento dos contratos de prestação de serviço no que se refere à taxa de transmissão contratada e à não-violação da liberdade de tráfego e dos princípios da neutralidade de rede; encontrar formas mais claras de divulgar a taxa de transmissão média dos planos oferecidos e desenvolver formas confiáveis de fiscalização permanente das taxas de transmissão.