opinião

Tecnologia na escola:
para ensinar e aprender

GEORGE MORAES

ARede nº 80 – maio de 2012

REPOSICIONAR a sala de aula no contexto da revolução digital é o principal desafio a ser enfrentado hoje pela educação, diante do desenvolvimento das novas tecnologias. Educadores no Brasil e em todo o mundo têm se defrontado com uma grande pergunta: como lidar com as tecnologias da informação e da comunicação (TICs) no ambiente escolar? E, ao mesmo tempo, como viabilizar avanços na qualidade do ensino e o desenvolvimento de professores e alunos, de modo a potencializar o fator de transformação social?

Não existem ainda respostas definitivas. Algumas escolas tentam afastar celulares e tablets das salas de aula. Outras reconhecem que as novas tecnologias e a cultura digital fazem parte do dia a dia e procuram integrá-las ao processo de ensino e aprendizagem.

Nossa experiência nos programas de educação do Oi Futuro tem revelado que a segunda opção não apenas é mais realista como também mais produtiva na formação de um jovem autônomo, solidário e competente. A percepção é de que a energia e o interesse dedicados pelos jovens às redes sociais ou aos jogos eletrônicos poderiam ser também canalizados para atividades de aprendizagem. E constatamos que as novas tecnologias e a cultura digital ocupam lugar central na construção de habilidades e conhecimentos necessários ao exercício da cidadania.

No Núcleo Avançado em Educação (Nave), programa que integra educação pública regular e técnica, game é coisa séria. Em nossas duas escolas, no Rio de Janeiro e em Recife, os alunos se preparam para assumir profissões do mundo contemporâneo, com especialização em programação e arte para games, multimídia e roteiros para mídias digitais. Nesse programa, os jovens são estimulados a experimentar todo tipo de recursos tecnológicos, dentro e fora de sala de aula, com um currículo multidisciplinar em que se articulam disciplinas regulares e técnicas.

A adoção do modelo de ensino médio integrado, em período integral, tem tido bons resultados nas nossas escolas. O Nave Rio, por exemplo, alcançou no último Enem a meta estabelecida pelo MEC para 2028. O mesmo princípio norteia o programa Oi Kabum! – Escola de Arte e Tecnologia, onde jovens de comunidades populares urbanas fazem formação em design gráfico, computação gráfica, vídeo, fotografia e webdesign.

Não é novidade que a chamada Sociedade da Informação tem impactado de forma profunda a vida contemporânea, redefinindo modos de fazer e de pensar, e introduzindo novas rotinas e exigências em âmbito pessoal e profissional, transformações que alcançam as novas gerações em velocidade cada vez maior e tempo
cada vez menor.

O desafio é fazer do espaço escolar um ambiente que compreenda essa transformação e saiba tirar proveito dela, usando as inovações tecnológicas como ferramentas de ensino, para que o estudante continue interessado em aprender. Não parece haver dúvida, porém, que o mundo digital fez surgir um novo aluno que, inevitavelmente, cada vez mais protagonizará o processo de ensino e aprendizagem.

George Moraes é administrador de empresas com pós-graduação em marketing e vice-presidente do Oi Futuro

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