opinio por uma gestao que favoreca

opinião – Por uma gestão que favoreça a inclusão digital

 

Por uma gestão que favoreça a inclusão digital

Cabelinho

 

ARede nº 88 – jan/fev de 2013

HOUVE UM TEMPO em que a integração de informações e de ferramentas para atender às demandas das ações para inclusão digital eram pontos que geravam muitas controvérsias e debates. As iniciativas que eram baseadas em software livre não queriam abrir mão da sua autonomia na escolha da plataforma de sistema operacional (SO).

Era necessário criar uma plataforma tecnológica para a coleta e gestão de informações que mostrassem o dia a dia dos Telecentros Comunitários e os mais variados projetos, que ajudassem monitores e gestores a gerir melhor os espaços implantados. Precisávamos iniciar um processo de coleta de informações e montar uma base de dados qualificada, traçar um perfil dos usuários, verificar que necessidades ainda precisavam ser atendidas.

Assim, desenvolver uma plataforma para que os monitores, usuários e gestores dos projetos pudessem reunir as informações ajudaria a gerar indicadores e analisá-los, consolidando as políticas de fortalecimento da inclusão digital. Acredito que com esses dados poderíamos aplicar melhor os recursos públicos e privados que são aportados nos projetos, divulgando as informações de forma transparente e aberta para acesso de toda a sociedade.

Uma base qualificada com informações consolidadas permitirá que os gestores de programas de inclusão digital ofereçam produtos e serviços do interesse de cada cidadão. Definido o perfil socioeconômico do usuário, o gestor poderá se comunicar diretamente com ele, de acordo com a área de interesse do público atendido. Integrar informações com cadastros de institutos ligados ao oferecimento de vagas para empregos, oferecimento de cursos gratuitos em plataformas de ensino a distância (EAD) de acordo com as áreas de interesse de cada usuário, além de serviços de governo eletrônico.

Hoje, após anos de muito trabalho, alguns projetos já têm desenvolvidas plataformas que permitem a coleta de dados. No entanto, de forma muito incipiente, pois não houve uma discussão sobre que informações deveriam ser coletadas. Os projetos têm muitas convergências, mesmo em se tratando de ações que atendam aos mais diversos públicos – de comunidades quilombolas a pacientes de hospitais psiquiátricos – existem várias semelhanças, e todos necessitam de uma plataforma que possibilite a gestão de seus espaços, criação de relatórios, organização de suas atividades.

Uma base de dados centralizada que permita aos vários projetos manter suas plataformas de gestão e coleta de dados de telecentros está sendo desenvolvida por duas instituições governamentais. O nome dessa base centralizada é Rede Brasil Digital – Sistema Integrado de Gestão e Apoio a Telecentros. Está sendo desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) junto com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) por meio de um acordo de cooperação e oferecerá uma camada de integração que permita agregar e consolidar informações de todos os projetos.

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Um esforço que pode ser o início de uma nova era na gestão da dados para integração dos projetos e melhoria na gestão dos espaços implantados. 

Antônio Carlos Miranda da Silva (Cabelinho), é gestor técnico de inclusão digital e doutor em engenharia de software pela Universidade Cândido Mendes