Paraná Digital, projeto contra a pasteurização.

Serão atendidos 66 mil professores e 1,3 milhão de alunos da rede pública. E com Linux.


O projeto do governo estadual
vai atender 66 mil professores, 1,3 milhão de alunos da rede pública e
seu custo total caiu bastante com a opção pelo uso do Linux
   Anamárcia Vainsencher

Não foi difícil para um estado que não privatizou sua concessionária de
energia — a Copel — levar adiante um projeto de inclusão digital que
atinge todos os públicos envolvidos: escolas (2,1 mil), professores (66
mil), alunos (1,3 milhão) e comunidade. Essa iniciativa vai ser
replicada: acaba de ser exportada para Santa Catarina, Rio Grande do
Sul e Maranhão.

Esses três estados receberam, gratuitamente, o direito de uso do software
Ambiente Pedagógico Colaborativo (APC) do Portal Dia a Dia Educação, o
cerne do Paraná Digital, programa criado para permitir a professores e
alunos da rede estadual de ensino acessar o portal.

A parceria da Secretaria da Educação com a Copel possibilitou a formação da intranet que sai para a web
através da RNP2 que, no Paraná, tem velocidade de 1 Gigabit por segundo
(Gbps). A conexão à internet em banda larga das 2,1 mil escolas
públicas paranaenses, espalhadas por 399 municípios, é feita por fibra
óptica e satélite. No primeiro caso, o anel óptico da Copel atenderá
1,3 mil escolas em 160 cidades; as outras 800 unidades serão conectadas
por links de satélite, fornecidos pela Hughes, contratada por licitação.

Até o final de 2007, todas as escolas estaduais terão acesso à internet
em banda larga, garante o gerente de gestão e planejamento de
telecomunicações Mauro Eduardo Clepf, coordenador do Paraná Digital na
Copel. Até outubro passado, 800 escolas estavam interconectadas pelo
anel óptico da Copel, e 360 via satélite.

O APC é um suporte pedagógico destinado a ajudar o professor a preparar
aulas, professor esse que também é o provedor de conteúdo do APC.
Atualmente, estão disponíveis 306 APCs com temas diversos. O objetivo
número um do portal é atingir o professor, diz Jefferson Schereiber,
diretor do setor de informática do Paraná Digital na Secretaria da
Educação. O APC atende os 60 mil professores da rede estadual, e tem
uma equipe para validar seu material para publicação.

Nas escolas, a velocidade de acesso à internet depende de algumas
variáveis como o número de PCs, de alunos e de professores, do porte
dos laboratórios. Mas, na sala dos professores, há pelo menos um micro.
Os recursos do programa são provenientes da renovação, até o final de
2007, de empréstimo de R$ 100 milhões concedido pelo BID — Banco
Interamericano de Desenvolvimento. Esse dinheiro permitirá informatizar
escolas, montar laboratórios de informática, capacitar os professores
para usar o portal e o PC como ferramenta pedagógica. O software é Linux,  opção que evitou despesas com licenciamento da ordem de R$ 80 milhões.

Ora, o departamento de informática da Universidade Federal do Paraná já
usava Linux, portanto, os gastos caíram substancialmente: R$ 3,5
milhões para aquisição de alguns softwares
na iniciativa privada; R$ 1,5 milhão para convênios com a UFPR, para o
“desenvolvimento de tudo”. Em cada escola, um servidor. Cada aluno tem
20 megabytes de memória, cada professor, 150, ao todo, 3 TB no estado.
Custo total do projeto: R$ 104 milhões, dos quais, R$ 66 milhões com
equipamentos.