Da redação
20/03/2014 – A Secretaria-Geral da Presidência da República, responsável pelo site de participação social Participa.br, anunciou hoje a realização de um evento para debater ideias para uma nova governança da internet no país. O Arena NETmundial acontece no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista, entre os dias 22 e 24 de abril.
Até lá, qualquer internauta poderá enviar sugestões sobre o que espera da internet nos próximos anos e como garantir que ela permaneça livre e aberta. Uma consulta pública interativa, em que os respondentes podem escolher entre opções ou escrever novos artigos, está disponível no site do Arena NETmundial.
A consulta fica no ar até 17 de abril. Os autores das 15 ideias mais “aprovadas” pelos demais participantes vão participar de do grupo brasileiro que estará no NETmundial. A participação é gratuita. O evento é organizado em parceria entre a Secretaria-Geral, a Prefeitura de São Paulo e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Hangout
Para marcar o lançamento do evento, o Participa.br organizou um hangout entre representantes de governo, acadêmicos e representantes da sociedade civil. Entre os participantes estavam Demi Getschko, do CGI.br, Veridiana Alimonti, do Idec, Sergio Amadeu, da UFABC, Vagner Diniz, do W3C, Ronaldo Lemos, do CTS-FGV, Beá Tibiriçá, do Coletivo Digital.
Todos concordaram que o Brasil deve aproveitar o encontro internacional NETmundial para determinar a posição do país quanto ao futuro da rede, reconhecendo o acesso à internet como um direito fundamental. A ativista Beatriz Tibiriçá, a Beá, convidou os participantes e espectadores a pensar em um movimento mundial que exija dos governos o reconhecimento desse direito. “Está na hora de a gente fazer uma campanha pelo uso da internet. A internet é sua, exija um acesso de qualidade”, comentou.
Ronaldo Lemos frisou que a internet permite uma maior participação política das pessoas, e isso deve ser garantido. Segundo ele, já existem ferramentas para a participação popular nos governos, mas é preciso usá-las com eficiência, inclusive para situações que vão além das fronteiras. “O desafio que a gente tem hoje é como usar essas ferramentas para os processos de participação democrática. Temos que colocar essas ferramentas em prática, especialmente no que tange o cenário internacional”, observou.
Sérgio Amadeu propôs ações para defesa das liberdades digitais e da privacidade. “Acho que a gente tem que tirar uma campanha mundial em defesa da neutralidade da rede desse evento [NETmundial]”, falou. Segundo ele, esse hoje é um dos princípios mais ameaçados pelas corporações que dominam as comunicações em todo o globo. “A gente tem que tirar um manifesto, tirar medidas concretas, articular eventos internacionais”, lembrou.
