Patentes para derrubar a concorrência

A Microsoft volta a acusar software livre de violar patentes.



Em uma reportagem da revista “Fortune”, de 14 de maio, assinada por
Roger Parloff, executivos da Microsoft teriam apontado infrações sobre
235 patentes da empresa em sistemas abertos (GNU-Linux). Na verdade, em
novembro de 2004, conforme textos de arquivo do site “eWeek.com”, o CEO
da Microsoft, Steve Ballmer, provocou polêmica similar, ao citar estudo
de terceiros que indicaria mais de “200 violações” de patentes.

Para recuperar mercados e interromper o avanço do software livre:
patentes. A estratégia em curso na Microsoft também é conhecida no
jargão internacional do setor como FUD – Fear, Uncertainty and Doubt
(medo, incerteza e dúvida). Envolve, basicamente, duas linhas de ação:
a primeira é acusar os sistemas e distribuições Linux de estarem
infringindo patentes de sua propriedade, o que embute, automaticamente,
a ameaça de futuros processos jurídicos contra usuários Linux; a
segunda, decorrente da primeira, é vender promessas de não-agressão, ou
seja, certificados patentários a empresas parceiras de TI, para que
elas possam repassá-los aos seus clientes, teoricamente como um
diferencial de marketing (ou de suposta segurança jurídica sobre
tecnologias a que, na verdade, não se tem acesso, por estarem fechadas).

São os acordos de patente cruzada, firmados recentemente pela Microsoft
com a Novell (que garante o certificado aos usuários do Suse Linux), e,
agora, com a Samsung (cobre dispositivos eletrônicos e computadores,
mas não os produtos de telecomunicações). Alguns integrantes do
movimento do software livre acreditam que seja impossível provar a
existência das violações. E desafiam a Microsoft a abrir o código de
seus produtos para mostrar onde as patentes estão.