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Fruto de uma parceria entre o MCT e o ITS, foi lançado o Portal Nacional de Tecnologia Assistiva, com informações para portadores de deficiências.



Fruto de uma parceria entre o MCT e o ITS, foi lançado o Portal
Nacional de Tecnologia Assistiva, com informações para portadores de
deficiências.
  Heitor Augusto


Oferecer e trocar conhecimentos com recursos tecnológicos que
propiciam acesso à informação por parte de portadores de deficiências,
articulando demandas para o fomento de políticas públicas. Esses são os
principais propósitos do Portal Nacional de Tecnologia Assistiva,
lançado em março.

No ano passado, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) celebrou um
convênio com o Instituto de Tecnologia Social (ITS), com duração de
dois anos, para a realização de projetos na área. Entre eles, a
utilização de tecnologia assistiva para inclusão social. Pois a base de
formação do portal foi a Pesquisa Nacional de Tecnologia Assistiva,
coordenada pelo ITS.

Foram enviados questionários a entidades de todo o Brasil, a fim de
identificar e caracterizar instituições que produzem tecnologia
assistiva, pensando na inclusão social de portadores de deficiência.

Divulgados no Portal, os resultados da pesquisa estão divididos em dez
tópicos, para auxiliar o usuário no filtro de informações. Um dos itens
trata de “tipos de tecnologia assistiva ou ajuda técnica”, segmentado,
por exemplo, em órteses e próteses, ajudas técnicas para mobilidade
pessoal, para manipulação de produtos e bens (para acessar o
computador, para agarrar, abrir, fechar, etc.), entre outros. Pode-se
acessar a lista de instituições com serviços e produtos para cada
opção, em todo o Brasil, ou separadas por região, perfil (órgãos
públicos ou privados), tipo de tecnologia, função do corpo, área do
conhecimento, etc.

“Assim, o deficiente visual, quando for procurar informações de seu
interesse, não se confunde”, exemplifica Flávia Hong, consultora
técnica do ITS. A pesquisa, contudo, não especifica quais são as
tecnologias assistivas oferecidas por cada instituição da base de
dados. Por exemplo, ao clicar em Micro­Power, que desenvolve e fornece
o leitor de telas VirtualVision, o usuário do Portal saberá, apenas,
que é uma instituição da área de “comércio e serviços”, com seus dados
para contato. Ou seja, será preciso ligar para os muitos órgãos que
constam da pesquisa para saber quem faz leitor de telas para cegos.

O Portal Nacional de Tecnologia Assistiva, contudo, trabalha com o
conceito de rede. Está aberto a contribuições dos usuários. Na sua
construção, debateu-se tecnologia assistiva com entidades, empresas e
setor público.

Atalho em construção

“Há um enorme desconhecimento, por parte do grande público, do
potencial das ajudas técnicas para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas com deficiência”, acredita João Carlos Martins, representante
do MCT do Conade (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência). As avaliações sobre o site serão constantes, pois o
projeto prevê a sua implantação completa em seis meses.

De fato, o site ainda tem pontos a serem melhorados. A pedido de ARede,
o ex-programador do Serpro, Marco Antonio Queiroz, navegou pelo portal.
“O site diz que, com Alt+C, posso chegar ao conteúdo, mas, usando Jaws
(leitor de tela), teclo isso e não saio do lugar. Com Alt+I, eu
chegaria ao início da página, mas isso também não acontece”, relatou
Queiroz, que é cego e construiu o site Bengala Legal (veja mais).

www.assistiva.org.br • Portal Nacional de Tecnologia Assistiva