A
Secretaria de Saúde substituiu o agendamento manual de consultas, na
rede municipal, por um sistema online e de código aberto.
Para agendar a marcação de exames de sua rede de saúde, a Prefeitura de
Campinas (SP) fazia circular, entre postos, hospitais,laboratórios e
outras unidades, uma planilha semanal de 400 folhas, em papel. Entre
idas e vindas, eram até 27 dias mosimage}
para acertar a agenda de exames. O
resultado era atraso nas consultas e um enorme gasto de energia com
retrabalho. Para tornar esse procedimento online, mais ágil e moderno,
a administração municipal desenvolveu uma solução em software aberto –
o SOL-Saúde On Line –, que, agora, começa a ganhar novas
funcionalidades. Por exemplo, a integração dos dados de cadastros dos
pacientes com os cartões do SUS (Sistema Único de Saúde).
Para fazer a informatização da marcação de consultas na cidade, Moacyr
Esteves Perche, assessor técnico do departamento de gestão de
desenvolvimento organizacional da Secretaria de Saúde de Campinas,
lembra que foram pesquisados vários aplicativos no mercado. “A maioria
era formada por sistemas integrados, o que significa que precisávamos
implantar coisas que não eram nossa prioridade, e muito caros”, diz
ele, lembrando que os orçamentos atingiam até R$ 3 milhões.
Além disso, destaca Perche, os programas encontrados no mercado eram
construídos em plataformas proprietárias. “Como era uma aplicação nova,
que ia demandar muitas customizações, também era importante garantir a
liberdade de alterar as especificações durante o desenvolvimento, de
forma livre”, argumenta. De modo que o sistema de marcação de consultas
online foi contratado da Apoena Software Livre, empresa incubada na
PUC-RS. Todo o desenvolvimento, entre 2002 e 2003, cerca de nove meses,
custou R$ 8 mil, além de um custo de suporte da ordem de R$ 800,00, por
dez horas de trabalho por mês.
Estabilidade
Spray:
PHP – Personal Home Page.
linguagem de programação,
com o código-fonte aberto,
para construção de
sites
ou outros aplicativos.
Em geral, é executada no
servidor.O atual investimento na reestruturação do programa soma R$ 50 mil
e, até setembro, promete deixá-lo apto a importar os dados dos cartões
do SUS. O SOL-Saúde On Line foi desenvolvido em linguagem PHP, e com o
Postgree, banco de dados relacional livre. “O grande diferencial é que,
com um ano de uso, ele processou meio milhão de consultas agendadas,
sem nenhuma instabilidade. Ou seja, a plataforma se mostrou adequada
para suportar aplicações críticas”, explica Perche.
O sistema atendeu a alguns requisitos fundamentais, feitos pela
Secretaria: ser simples, ter custo reduzido, poder ser usado por
operadores leigos (auxiliares de enfermagem e administradores de
centros de saúde, por exemplo), e, principalmente, ter uma arquitetura
que preservasse os dados centralizados, mas pudesse ser acessada
remotamente, de forma descentralizada.
“Isso é estratégico, porque os dados críticos não podiam ficar na
ponta. Recentemente, três centros de saúde foram inundados pelas chuvas
e perdemos vários computadores”, lembra. A rede de saúde de Campinas
reúne 76 unidades, entre postos de saúde, unidades de
pronto-atendimento, centros de referência. Esses pontos acessam o
sistema com micros (muitos ainda com Pentium III, de primeira geração,
1.0 ou 1.2 GHz), rodando Windows 98 ou até Windows 95. “Não precisa de
dual boot, porque todos trabalham com o browser”.
Foi a primeira experiência da Secretaria com software livre, diz
Perche. Atualmente, segundo ele, estão em uso, além do SOL – Saúde On
Line, o Sistema de Informação Gerencial-Material e Medicamentos
(SIG2M), desenvolvido pela Unicamp. O próximo passo, adianta, deve ser
a substituição dos aplicativos de escritório do pacote Office, da
Microsoft, pelo padrão aberto OpenOffice.
www.phpbrasil.com – Informações sobre a linguagem PHP
www.apoenasoftwarelivre.com.br – Apoena Software Livre