05/07/2010
Continua o debate sobre o Plano Nacional de Banda Larga no Fórum da Cultura Digital. O espaço está aberto para contribuições, e foi criado depois que o Ministério da Cultura foi chamado a participar do Fórum Brasil Conectado — que vai elaborar, até dezembro, diretrizes para o PNBL. Ontem, Marcelo Rodrigues Saldanha da Silva publicou sua contribuição, na qual ele pergunta qual será o espaço para a participação da comunidade nas redes a serem implantadas em cada cidade. Veja trechos abaixo e o texto inteiro aqui.
“No ponto de vista democrático o PNBL ainda esta a desejar, pois, não se acha em nenhum recanto de suas diretrizes algum assunto que trate da participação popular dentro desta rede nas cidades, ou seja, o assunto tratado até agora é massificação da internet feita por empresas privadas com fins lucrativos ou por prefeituras, até mesmo as linhas de fomento que serão abertas no BNDES etc, serão para estes fins, ou seja, fomentar redes onde estas tenham finalidades participativas e sem fins lucrativos neca de pitibiriba.
Quero citar o exemplo de uma rede onde a comunidade possa fazer uma vaquinha e montar seu provedor comunitário local e rachar a conta do link, que sem dúvida ficará mais barato que R$ 35,00 por mês, e sem dizer que será uma rede do povo e não de uma empresa ou prefeitura.
Fazemos parte do movimento de democratização da internet e as vezes nos vemos levantando esta bandeira sozinhos, pois, parece ser alheio a sociedade civil que esta rede de ultima milha não tem muita importância, bastando que ela leve internet pro gado, opss pro povo. Faço estes trocadilhos porque em nossos estudos vimos que a convergência das mídias para a rede é iminente e já sabemos oque uma mídia pode fazer e no caso da internet a coisa é simplesmente gigantesca, pois, é o único meio de comunicação de massas com interatividade, então reflitam bastante sobre o seguinte : Se deixarmos o PNBL fazer o papel dele como está hoje, qual a garantia que teremos depois que as redes de ultima milha nas cidades já estiverem formadas por empresas e prefeituras ?
Como fazer com que o povo, em cada comunidade, possa usar esta rede para fins maiores que o simples acesso a internet ? Melhor, como garantir que as empresas e prefeituras abram estas redes, de forma gratuita, para que o povo possa usa-la para fins de controle social, debate sobre políticas publicas de relevância popular, reivindicações locais, criação de rádios e tvs comunitários on line, enfim usar a banda sem custos, para fins sociais e livre de restrições ou censuras?“