Portal AcessaSP | Mil e um jeitos de fazer inclusão

O acesso às TICs contribui para o desenvolvimento social, cultural e econômico dos paulistas, em especial dos menos aquinhoados.


O acesso às TICs contribui para o desenvolvimento social, cultural e econômico dos paulistas, em especial dos menos aquinhoados.


O Portal do AcessaSP dá suporte ao uso dos infocentros

O Portal AcessaSP, do programa de inclusão digital do governo do estado de São Paulo, ganhou o Prêmio ARede 2007,
na categoria Setor Público Estadual. Coordenado pela Secretaria de
Gestão Pública (SGP) e tendo como parceiros a Prodesp (infra-estrutura)
e a Escola do Futuro da USP, o AcessaSP é responsável por abrir e
manter postos públicos de acesso à internet — 403 espalhados por 353
municípios paulistas — e desenvolver atividades para colocar a
tecnologia a serviço do cidadão. Para ampliar a atuação do programa
para além dos postos, já que boa parte da população pode acessar a
internet de vários locais — inclusive sem banda larga —, era importante
criar um portal (AcessaSP) para colocar à disposição informações
institucionais sobre serviços públicos e governo eletrônico.

O secretário Sidney Beraldo, da Gestão Pública, afirma que os objetivos
traçados pelo programa foram e estão sendo plenamente atingidos. Ele
vai aos números: o AcessaSP realizou mais de 26 milhões de atendimentos
e tem, hoje, mais de 1,1 milhão de usuários cadastrados. A cada dia,
cresce o número de novos usuários, acrescenta, e o governo, por meio da
secretaria, pretende ampliar o programa para todo o estado, em parceria
com as prefeituras. Para avaliar seu andamento, o AcessaSP aplica,
anualmente, uma pesquisa amostral, chamada Ponline, junto a cerca de 8
mil usuários. Os resultados direcionam os ajustes e as novidades a
serem implantadas, informa. “Além disso, nossos canais de comunicação
com o cidadão, o Fale Conosco e a Ouvidoria, recebem manifestações
diárias dos usuários. As informações obtidas através desses canais
servem de subsídios para aprimorar o programa”, acrescenta.

Entre os benefícios do AcessaSP, Beraldo aponta o acesso às novas
tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), em especial à
internet, o que contribui para o desenvolvimento social, cultural,
intelectual e econômico dos cidadãos. O principal público usuário do
programa, destaca, é o jovem de baixa renda. Mais da metade dos
freqüentadores (59%) tem entre 15 e 24 anos, e 68% deles possuem renda
entre um e quatro salários mínimos. “Saber usar o computador aumenta a
empregabilidade do jovem e a internet facilita seu acesso à informação,
aspectos importantes para a inserção no mercado de trabalho”, aponta.
Além disso, lembra, a internet oferece espaço de lazer, nos sites de
relacionamento, por exemplo, e facilita o acesso a diversos serviços,
como o Boletim de Ocorrência Eletrônico, entre outros, e o contato com
canais de atendimento ao público.

O portal, além de informar sobre os projetos do AcessaSP, quer ser uma
referência de utilização da internet em programas de inclusão, para o
que oferece conteúdos relevantes em língua portuguesa à população de
baixa renda, e facilita a navegação de iniciantes por meio de
ferramentas como blogs, fotologs, mediawiki,
web vídeos, entre outras. Para isso, o AcessaSP investe e atua de
maneira complementar, a partir dos postos públicos e do universo
virtual (a internet) para ampliar e potencializar o atendimento à
população.


Com 15 milhões de pageviews por mês, o conteúdo do portal é
variado: informática, navegação segura, minicursos, tecnologia,
inclusão digital e políticas públicas, além de seções exclusivas para
crianças e jovens em que entram informações sobre histórias, links e jogos educativos. A participação dos usuários no portal se dá via blogs,
do Eu me Lembro (depoimentos de vida), Aconteceu Comigo (depoimentos
sobre riscos associados à navegação), Fotolog. De acordo com o
secretário Beraldo, o principal público usuário do Acessa SP utiliza,
sobretudo, sites de relacionamento. Existe, também, uma grande demanda por sites
de pesquisas, de vagas de emprego e serviços de e-gov. Segundo a
Ponline de 2006, 82% dos usuários enviam e recebem e-mails; 45,8% lêem
notícias em jornais e revistas; 43,4% freqüentam salas de bate-papo;
35% buscam oportunidades de trabalho. Além disso, 46% afirmam ter
utilizado algum serviço de governo eletrônico.

Desde novembro de 2005, quando foi lançado, o portal teve 1,7 milhão de pageviews/mês;
388 notícias publicadas; 159 blogadas e 1,1 mil comentários; 510
histórias no Eu me Lembro; 513 fotos publicadas. Destaque: 67% dos
usuários do AcessaSP costumam ler links úteis, o que comprova a vocação do portal para ser um facilitador e porta de entrada do cidadão na internet.

O portal tem ligação com praticamente todas as outras atividades do
programa de inclusão do governo. Informa onde estão os postos, seus
contatos, quantos são, o que as lideranças comunitárias estão
desenvolvendo na Rede de Projetos. O investimento e o custeio
necessários à manutenção do portal são relativamente baixos, graças aos
ganhos de escala do programa de inclusão, que tem gestão centralizada
na SGP, em parceria com a Escola do Futuro da USP, e das opções pelo
uso do software
livre e do modelo colaborativo de produção de conteúdos. O
desenvolvimento do portal foi baseado na idéia de construção
colaborativa do conhecimento e na criação de comunidades de usuários
para propor novas formas de comunicação em rede, através de ferramentas
disponíveis na web. Os canais de comunicação foram estruturados para
atender ao conteúdo institucional, notícias sobre inclusão, e-gov e
temas correlatos, informações sobre o cotidiano do programa, conteúdos
educacionais e projetos temáticos.

A interface do AcessaSP foi projetada para oferecer o maior número de
caminhos cognitivos capazes de conduzir o usuário até o serviço ou
módulo desejado. A interatividade parte do hipertexto, e visa atender
às necessidades de interação tanto com o ambiente do programa, como com
outros sítios e soluções de e-gov. Para a publicação de conteúdo foi
utilizado o sistema livre Xoops; para a de blogs, a tecnologia Nucleus,
também de código aberto. Para a Rede de Projetos, que funciona nos
postos públicos para dar suporte ao desenvolvimento comunitário pelo
uso do computador/internet e da metodologia de gestão de projetos, a
escolha recaiu sobre o software colaborativo Mediawiki, que permite a edição coletiva dos documentos.