Pouco acesso e falta de capacitação impedem avanço das TICs na educação

06/11 - Sem capacitação, uso da internet causa pouco impacto nas escolas, dizem especialistas.

   
Lúcia Berbert
Do Tele.Síntese

06/11/2012 – A falta de infraestrutura de acesso e de capacitação são os principais fatores que impedem o uso das Tecnologias de Informações e Comunicações (TICs) na educação. Esta é a principal conclusão dos setores que trabalham com o tema no Brasil, que participaram, hoje, do 31º Encontro Tele.Síntese, em Brasília. De acordo com o coordenador do Ipea, Luis Kubota, isso fica bem claro no estudo que o instituto está fechando sobre o uso de tecnologias nas escolas, com dados da pesquisa TICs Educação, do CGI.br.

Para o gerente de projetos do Centro de Estudos sobre as Tecnologias de Informação (Cetic) do CGI.br, Alexandre Barbosa, o acesso é problema, mas onde não há escassez, a falta da capacitação, de apropriação das tecnologias impedem o avanço para processos de inovação, por exemplo. “Nas empresas, o uso da internet é maior para envio e recebimento de e-mails e para buscas, sem muita preocupação com integração com os fornecedores ou uso de outras ações de gestão”, disse.

O superintendente de Suporte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Barbosa, acredita que a TV aberta, presente em 96% das casas brasileiras, pode ter papel importante na disseminação de serviços de governo e de tecnologias. Para isso, ele defende a incorporação da TV digital interativa às políticas públicas de inclusão digital.

A representante da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Beatriz Alquéres, afirmou que a incorporação de novas tecnologias na educação depende da capacitação do professor. E isso é um problema porque não pode afastá-los da sala de aula. “Para superar essa barreira, estamos instalando um Ginásio de Experimento de Novas Tecnologias na Educação [Gente], com foco no ensino individual e uso de tablet para capacitação dos professores”, disse. O município, segundo ela, já universalizou o ensino básico e em boa parte das 1.080 escolas tem quase 1 computador por três alunos, mas o acesso é de baixa velocidade e há dificuldades para contratar um link dedicado.