Prêmio ARede 2009 – Empresa privada | Intel Educar

 

O efeito multiplicador

o programa educativo da Intel ensina os professores a usar a tecnologia como método de ensino-aprendizagem.  VERA FRANCO

ARede nº 53 novembro 2009 – Lousas digitais e notebooks Classmate PCs fazem parte da rotina dos alunos da rede municipal de ensino da cidade de Indaiatuba, na região de Campinas, no estado de São Paulo. Mais de 2 mil computadores e 21 laboratórios de informática conectados à internet equipam as 55 escolas do município. E a estrutura continua em expansão, levando inovações na área de tecnologia educacional até as unidades escolares mais distantes, beneficiando  os 12 mil estudantes do ensino fundamental, além de mais de 6 mil crianças da educação infantil. Dos 833 docentes da rede, 720 já realizaram algum curso de capacitação do programa Intel Educar.

“O maior ganho nesse processo foi o aprendizado do trabalho em grupo”, explica Nivea Lobo Costa Ramos, uma das professoras-multiplicadoras formadas pelo projeto. Para a professora Renata Ozawa Pena, os docentes aceitam bem o treinamento porque o curso começa do básico, ou seja, como ligar e desligar o monitor e mexer no mouse. “Eles se sentem mais confiantes e a gente vence a dificuldade inicial.”

Na escola municipal Renata Guimarães Brandão Anadão, situada no Jardim Morumbi, bairro pobre de Indaiatuba, os alunos têm aula em período integral e contato com o que há de mais moderno em tecnologia educacional. Encaram as aulas com naturalidade e animação. E o melhor, com a auto-estima elevada. Para ampliar o uso da tecnologia nas escolas, um dos conceitos trabalhados é o da mobilidade. “Toda escola de ensino fundamental tem um laboratório fixo e fornecemos mais dois ou três laboratórios móveis, com 36 notebooks cada”, explica Tânia Castanho Ferreira, supervisora de Tecnologia Educacional da Secretaria de Educação de Indaiatuba. “Também desenvolvemos um carrinho para que a lousa digital seja levada a todas as salas.” O efeito foi revolucionário, como diz Nélia Aparecida Argenton Freire: “Antes da chegada do projeto Intel Educar, nossa vida era em branco-e-preto”.

Há oito anos, quando o programa Intel Educar entrou em operação no Brasil para capacitar professores com educação profissional e tecnológica de forma continuada, apenas as escolas da rede pública de São Paulo foram beneficiadas. Hoje, o Intel Educar está presente em 26 estados e no Distrito Federal, e já formou 120 mil professores dos ensinos infantil, fundamental e médio.

Sua principal característica é o efeito multiplicador da metodologia. “O aluno sempre é convidado a trabalhar em equipe e a discutir conteúdos, enquanto o professor exerce o papel de orientador e mediador e está sempre aberto a novas opiniões”, pondera Rosângela Melatto, gerente de Responsabilidade Social Corporativa da Intel para a América Latina. Até agora foram treinados 3.500 professores-multiplicadores diretamente vinculados a secretarias de educação locais; são eles os responsáveis pela formação de todos os outros.

A metodologia aplicada não demanda qualquer sofisticação: basta um microcomputador com acesso à internet e  processador de texto, software multimídia e planilha eletrônica. As ferramentas de software usadas durante o curso são escolhidas pelo instrutor e pelos alunos. Além da Web 2.0, o curso oferece CD com recursos e catálogo de atividades práticas, com instruções para versões Open Office e Microsoft Office.

Em 1999, um estudo patrocinado pela Intel e pela Fundação Bradesco, sua parceira desde a fase piloto do projeto, revelou que apenas um de cada cinco professores brasileiros entrevistados estava preparado para integrar a tecnologia ao ensino e às suas práticas profissionais. Para suprir a necessidade de conhecimento e habilidades com o uso das novas ferramentas, foi elaborado um curso em duas fases: Fundamentos Básicos e Curso Essencial.

A primeira etapa, com 12 módulos e 32 horas de duração, oferece aos professores a oportunidade de usar o computador por meio de abordagens de ensino-aprendizagem, com instrução centrada no aluno, pensamento crítico e cooperação. A metodologia envolve os professores em planejamento, execução, revisão e socialização de atividades práticas e os incentiva a desenvolver um plano individual de como melhorar sua atuação profissional.

Já o curso Essencial, com oito módulos e 40 horas, ensina a usar o computador para instigar a imaginação dos alunos e motivá-los a buscar uma aprendizagem mais rica. Alinhado aos parâmetros curriculares nacionais, conta com ferramentas de avaliação para ampliar as possibilidades de aprendizagem em sala de aula. O computador é usado para pesquisa, publicação e comunicação. O curso visa ainda a estimular a colaboração entre os professores e a discutir ideias sobre a introdução e o uso da tecnologia em sala de aula.

O principal foco do Intel Educar é a instrução centrada no aluno, explica Rosângela. As avaliações realizadas por instituições independentes indicam que os profissionais formados nos cursos do Programa Intel Educar influenciam as atitudes e ações de outros professores e líderes dentro da escola. Os professores compartilham o conteúdo dos cursos com seus colegas e tornam disponíveis seus planos de ação para que outros os usem como modelo.

“Não costumamos divulgar o programa”, explica Rosângela. A propaganda é feita no boca-a-boca, a partir da própria experiência dos profissionais treinados. Ao enxergar os benefícios, quem ainda não possui a formação procura seus pares e a coordenação pedagógica da escola em busca de oportunidade.”, explica Rosangela.

http://www.intel.com/education/la/es/paises/Brasil/programas/intelEducar-Brasil.htm

Fotos: Fernando Siqueira