Prêmio ARede 2010 – Setor Privado | Desenvolvimento de Conteúdo | Congresso Internacional EducaRede Online

Acesso livre ao debate sobre Educação

Congresso discute inovação na escola e abre espaço virtual para democratizar troca de opiniões e experiências práticas Jane Soares

ARede nº64 novembro de 2010 – A equipe de apoio educacional de um hospital paulista envolveu os pacientes infantis em um projeto interessante: propôs a eles elaborar um jornal para divulgar informações sobre o próprio hospital e contar as histórias de seus personagens, os profissionais de saúde, demais funcionários e pessoas internadas. As crianças tiveram de se preparar para fazer as entrevistas e escrever as matérias, fazendo uso de várias tecnologias da comunicação e da informação. Em outra cidade, uma escola também utilizou as ferramentas das novas tecnologias para envolver crianças e jovens. Realizou um webquest – atividade de aprendizado em que os alunos utilizam diversas fontes de informações, em especial sites ou páginas da web. O tema era a coleta seletiva de lixo no bairro e o desafio era apresentar soluções para melhorar esse trabalho.

Essas foram algumas das experiências relatadas durante o Congresso Internacional EducaRede, que tem como objetivo contribuir para a melhoria da educação pública por meio do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).  A iniciativa foi a vencedora da categoria Desenvolvimento de Conteúdo, na modalidade Iniciativa Privada, no Prêmio ARede 2010. A quinta edição do evento, realizada no ano passado, teve como tema “Inovação na Escola”. E, para dar o exemplo, o Educarede também inovou. Pela primeira vez, realizou uma versão online do Congresso, abrindo a oportunidade de participação para vários profissionais que não teriam condições de estar no Congresso presencial realizado em Madri (Espanha), em novembro de 2009.

A procura surpreendeu os organizadores. O Congresso online, realizado entre setembro e novembro de 2010, teve 14.112 profissionais inscritos, dos quais 3.372 brasileiros. O site recebeu 52.529 visitas e foram realizadas 40 atividades, entre palestras, debates e encontros. Aproximadamente 700 experiências educativas foram relatadas por professores de países como Argentina, Espanha, Portugal, México, Peru, Venezuela, Colômbia, Chile, Equador, Cuba e Brasil, claro, que participou com 140 experiências. Foram apresentadas experiências e como metodologia para a criação de podcast; inclusão das TICs em aulas de Educação Física na educação infantil; uso do software Movie Maker na educação ambiental; utilização de webquest para o ensino de Biologia; projeto pedagógico com integração das TICs para a Educação de Jovens e Adultos (EJA); um livro de histórias infantis construído em conjunto por alunos de uma escola rural; jogos educativos para o desenvolvimento da criatividade, entre outros.

“Para os profissionais da área de educação foi extremamente interessante a possibilidade de discutir com especialistas e professores de outros países, sem a necessidade de viajar. Tanto que o número de inscrições superou todas as nossas expectativas”, diz Gabriella Bighetti, gerente de projetos da Fundação Telefonica, responsável pelo projeto, e que arcou com o custo de 190 mil euros para sua realização, com o apoio dos parceiros Smart, Microsoft, Apple e HP. A versão online teve o objetivo de democratizar o acesso às discussões para quem não poderia participar do evento presencial, promover o intercâmbio de práticas educacionais envolvendo as novas tecnologias e antecipar o debate de questões que seriam levantadas no evento presencial. O uso da internet teve uma vantagem adicional: deu aos professores mais oportunidades de fazer perguntas aos especialistas, o que nem sempre é possível nos eventos presenciais.

Novos desafios
“O uso da internet contribuiu para inovar o próprio Congresso e nos levar a refletir sobre o desafio de encontrar usos educativos para ferramentas não educativas da internet”, comenta Gabriella. “O Prêmio ARede  é um reconhecimento que nos estimula a fazer mais e melhor. Dá ao projeto uma grande visibilidade. Esperamos que, assim, outras instituições percebam o potencial do uso social para as novas tecnologias, que podem melhorar a qualidade de vida das pessoas”, explica.

O EducaRede online mudou até mesmo a dinâmica do encontro presencial. Nas discussões online, os palestrantes já percebiam as demandas que iriam enfrentar em Madri e chegavam ‘aquecidos’ para as discussões presenciais. “Foi uma ‘dobradinha’ muito interessante, que nos deixou muito felizes com os resultados”, avalia Gabriella. O Congresso presencial reuniu cerca de 2 mil participantes e foi divulgado tanto pela mídia convencional quanto via Twitter do EducaRede Brasil. A transmissão contribuiu para permitir o acesso das pessoas que não puderam participar do evento na Espanha, onde também houve debates sobre as possibilidades de utilização pedagógicas das novas tecnologias a curto e a longo prazos.

O Brasil era o país convidado para essa edição do Congresso EducaRede e quatro de nossos especialistas participaram do versão online e do evento presencial em Madri: Roseli de Deus, da Universidade de São Paulo (USP), Nelson Pretto, da Universidade Federal da Bahia, Rogério da Costa, do Laboratório de Inteligência Coletiva da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, também da PUC-SP, do Programa de Pós-Graduação em Educação. O Brasil apresentou  experiências com as TICs realizadas na área pública, como o Portal do Professor, o Núcleo de Tecnologia Educacional e os Laboratórios Móveis.
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