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Prêmio ARede 2014 – Setor Público | Conteúdo de interesse público

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Observatório social para a juventude

A plataforma online cria um espaço para articulação de interesses e construção colaborativa de políticas públicas que atendam as demandas dos jovens

Texto Fatima Fonseca | Foto Divulgação

 

ARede nº 101 – especial novembro de 2014

LANÇADA EM JULHO de 2013, a plataforma virtual Participatório, desenvolvida no âmbito da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), já mostra bons resultados em pouco mais de um ano que está no ar: no início de outubro, o portal contabilizava 11,6 mil usuários, tinha 282 vídeos cadastrados e 534 comunidades debatendo temas como educação, reforma política e corrupção, sob a ótica dos jovens. Algumas dessas comunidades foram criadas pelos próprios usuários. “Nós estimulamos o uso da plataforma como um fórum de discussão, de produção de documentos”, conta Carla de Bezerra Paiva, gestora do Participatório: Observatório Participativo da Juventude, projeto premiado no Prêmio ARede 2014.

Especialista em políticas públicas, Carla é um dos dez profissionais responsáveis pela iniciativa. Ela ressalta que “a proposta do Participatório dialoga com a ideia de um observatório social, mas busca também articular uma rede social, voltada à produção do conhecimento sobre e para a juventude”. A proposta inicial era juntar duas demandas que existiam na Secretaria Nacional da Juventude, vinculada à Secretaria Geral da Presidência da República. Uma, um mecanismo de comunicação mais ágil com a juventude, pensando na linguagem das redes sociais para promover a participação. A outra, um espaço de produção do conhecimento focado em dados da juventude. “Da fusão desses dois objetivos, tentamos quebrar a lógica do conhecimento como algo elitizado, pensando em dados acessíveis a todos”, conta a gestora.

A plataforma foi construída com diferentes tecnologias, em códigos livres e abertos. As principais são o ELGG e o DSpace. O primeiro é um software de rede social, desenvolvido em linguagem PHP. Estão disponíveis um blog, comunidades com fóruns de discussão ou blogs comunitários, espaço para repositório de arquivos, e-portifólio, tecnologia RSS para o conteúdo gerado dentro da rede, entre outras funcionalidades. O DSpace é resultado de um projeto colaborativo entre a MIT Libraries, do Massachussetts Institute of Technoloogy, e a HP. A organização que adota o DSpace arca com as responsabilidades e o custo das atividades de arquivamento e publicação de sua produção. Esse programa permitiu criar a Biblioteca Digital, que reúne a produção bibliográfica da SNJ e do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve).

Além da biblioteca, a plataforma traz dados e pesquisas, como a realizada no ano passado e em fase final de conclusão, com três mil brasileiros de 15 a 29 anos, de todas as regiões e diferentes classes sociais. “Abrange temas relacionados ao perfil do jovem, seus valores, o que essa geração considera mais importante, a participação política, e questões de educação, trabalho e saúde”, conta Carla. O resultado, previsto para ser publicado no final do ano, mostrará os valores que essa parcela da população considera mais importantes.

O Participatório tem, ainda, ferramentas para debate e deliberação sobre documentos e políticas públicas. A gestora do projeto destaca duas consultas públicas: uma sobre o sistema nacional de juventude, realizada no ano passado, e que reuniu as contribuições para a elaboração do Estatuto da Juventude, que resultou na Lei nº 12.852, de agosto de 2013; e a consulta para o documento apresentado pela delegação brasileira na Conferência Mundial da Juventude, realizada em maio deste ano, em Colombo, no Sri Lanka. Os processos de articulação política e produção de conteúdo, via Participatório, envolvem também a academia e redes de pesquisadores voltados para esse segmento. “Essas ações têm impulsionado outras atividades, como uma revista eletrônica. Tudo isso objetiva tornar o conteúdo mais acessível”, explica Carla.

ESPAÇO ÚNICO
Estimado em R$ 3 milhões ao longo de dois anos, com recursos do orçamento da SNJ, o Participatório agrega três parceiras: a Universidade Federal do Paraná, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Junto com essas instituições, os gestores do projeto trabalham para fazer a fusão de outros portais relacionados à juventude. “Vamos construir um grande portal temático, que vai abrigar o portal institucional da SNJ, o portal Juventude Vida, o portal do Conjuve e o próprio Participatório”, anuncia Carla, antecipando que o nome será Portal da Juventude. Previsto para ser lançado em dezembro, manterá o visual e a metodologia herdados do Participatório.

www.participatorio.juventude.gov.br