Rafael Bravo Bucco
21/03/2014 – Uma ideia na cabeça e uma impressora 3D nas mãos. Os estudantes dos CEUs de Guarulhos vêm aprofundando os conhecimentos tecnológicos que possuem transformando bits em objetos concretos. Desde o ano passado, 75 jovens passaram pelas oficinas do Fab Social, projeto tocado pelo Departamento de Informática e Telecomunicações (DIT) da prefeitura, que levou equipamentos de prototipagem para os Telecidadanias dos CEUs.
“Dessa forma espera-se uma reflexão dos participantes sobre a produção de seu próprio conhecimento utilizando as tecnologias digitais de modelagem e fabricação disponíveis”, diz Alex Garcia, coordenador do Fab Social. Segundo ele, o projeto despertou o interesse dos gestores públicos da cidade em todos os âmbitos. “É fundamental o engajamento da prefeitura de Guarulhos, na pessoa do prefeito Sebastião Almeida, em ações de valorização da tecnologia no desenvolvimento social das comunidades carentes.” Com o apoio, a iniciativa continará ao longo deste ano.
Em 2013, foram cinco meses de oficinas acontecendo no contra turno escolar. Os workshops eram abertos à comunidade, não apenas aos estudantes. O participante mais novo tinha 9 anos e frequentava o ensino fundamental, enquanto o mais velho passava dos 20 e tinha ensino superior. Nas aulas, os participantes usam a computação e a fabricação digital. Essas ferramentas estimulam a descoberta, a observação e o questionamento.
Software e Hardware
As máquinas utilizadas no projeto são uma mini fresadora (hobbista), uma impressora 3D e uma cortadora de vinil/papel. “A mini fresadora tem seu projeto e construção abertos, facilmente encontrado na rede, a impressora 3D é de uma empresa de hardware livre de São Paulo chamada Metamáquina, e a cortadora de vinil de uma empresa representante da americana Silhouette, essa de hardware fechado, porém comandada por um software livre”, conta Garcia.
Os softwares para criação dos objetos são instalados no sistema operacional GUARUX, que é uma distribuição baseada no Ubuntu e desenvolvida pelos técnicos do DIT. Os estudantes usam o Sketchchair e Inkscape para desenhar, Scratch e Alice para programar as ferramentas.
Mesmo estendido para funcionar em 2014, o projeto ainda é considerado piloto. Por isso, o DIT dispõe de um kit hardware, que “passeia” entre os CEUs. Mas os planos para tornar a iniciativa uma ação permanente estão sendo feitos. “a proposta no futuro é a elaboração de um modelo de laboratório digital aberto, eficaz e adaptado a nossa realidade cultural”, diz Garcia. A equipe envolvida conta com os agentes de inclusão digital e os educadores dos CEUs.