Igor Ojeda
05/03/2012 – Uma publicação anônima no Twitter revelou, no começo de fevereiro, detalhes sórdidos do processo de divórcio do ministro de Segurança Pública do Canadá, Vic Toews. A “fofoca” é parte da onda de protestos no país contra um projeto de lei que, segundo os críticos, permitirá às autoridades canadenses coletar informações pessoais e monitorar atividades online de qualquer cidadão sem a necessidade de mandado judicial.
A proposta, apresentada ao Congresso canadense com a denominação de Ato de Proteção das Crianças contra Predadores da Internet (tradução livre para Protecting Children from Internet Predators Act) e que tem em Toews seu principal defensor, possibilitaria o acesso policial a nomes, endereços, números telefônicos, históricos de navegação e IPs de usuários da rede, além do rastreamento de celulares.
O cerco à privacidade seria feito antes mesmo de a pessoa se tornar “suspeita”. A nova legislação obrigaria servidores e empresas de telefonia celular a instalar equipamentos para monitoramento das atividades dos usuários, informações que, eventualmente, seriam enviadas à polícia quando requisitadas.
As reações nas mídias sociais não demoraram a chegar. E crescem a cada dia. Muitas petições contra o projeto de lei circulam na rede, cada uma com dezenas de milhares de assinaturas. Recentemente, até o Partido Liberal – contrário à proposta e opositor ao Partido Conservador, atualmente no governo – lançou sua própria petição online.
Como resposta à onda de protestos, o ministro de Segurança Pública acusou os manifestantes de “favorecer os direitos dos pedófilos e do crime organizado em detrimento dos direitos dos cidadãos que cumprem a lei”, o que só fez aumentar a intensidade da mobilização na internet.
O grupo hacker Anonymous enviou uma mensagem a Toews, por meio de um vídeo postado no Youtube, no qual ameaça revelar mais detalhes sobre sua vida pessoal. (Com agências)