12/07/2011
Da Rede Marista
Durante três dias estiveram reunidos, no Centro de Recondicionamento de Computadores do Cesmar, pesquisadores de diferentes países para discutir e implantar uma rede livre no bairro Mário Quintana, em Porto Alegre. A iniciativa, uma parceria da Rede Marista de Solidariedade com a Associação Software Livre.org (ASL.org), efetiva a ideia de bairro digital, distribuindo gratuitamente conectividade para comunicação e troca de informações através de uma intranet livre com sinal wireless. “As redes livres podem ser gerenciadas pelos próprios usuários com objetivos e técnicas distintas. Elas possibilitam independência e autonomia dos provedores de telecomunicações”, comenta Vinicius John, integrante da ASL.org.
Essa atividade foi organizada durante o 3º Encontro Latino-Americano de Redes Livres (JRRL), ocorrido durante o 12º Fórum Internacional Software Livre – Fisl12, que aconteceu na PUCRS, de 29 de junho a 2 de julho. Durante o evento, o grupo de pesquisa sobre redes livres da America Latina decidiu permanecer em Porto Alegre para implantar o projeto num bairro da capital gaúcha. Na equipe estão profissionais brasileiros, colombianos, chilenos, uruguaios e argentinos, que acompanham esses projetos em seus países, além da especialista alemã Corrina “Elektra” Aichele, que já elaborou outras redes livres na Índia e África. Elektra é uma das autoras do livro “Redes Sem Fio no Mundo em Desenvolvimento” e fez questão de contribuir para o processo de implantação do projeto no Brasil.
Representantes do Centro Marista de Inclusão Digital (CMID) completam a equipe, com o objetivo de levar o conhecimento adquirido para implantação de uma rede livre em Santa Maria, no bairro Nova Santa Marta. “Já acompanhamos há algum tempo esse projeto da ASL.org e agora podemos participar ativamente e levar essa tecnologia para Santa Maria. Para isso já contamos com o apoio da comunidade do bairro e nossos educandos estão ansiosos para começar o trabalho”, revela o educador Leandro Schneider.
Segundo os estudiosos, tanto o Cesmar como o CMID são lugares próprios para o início das atividades, pois seus profissionais possuem conhecimentos avançados sobre tecnologia livre e os dois centros estão localizados em regiões com difícil acesso às tecnologias da informação e comunicação. O fato de o Cesmar conseguir oferecer equipamentos apropriados para a estrutura do projeto, como roteadores e antenas, também ajudou na escolha do lugar.
No primeiro dia, a equipe trocou experiências sobre redes livres em seus países e mapeou os possíveis pontos para as antenas de retransmissão do sinal da rede, que partirá de um servidor no Cesmar. Nos dias seguintes, iniciaram-se os estudos sobre as conexões dos equipamentos que farão esse trabalho de transmissão de dados, enquanto foram instalados alguns roteadores com sistemas baseados em GNU/Linux .
O próximo passo será a realização de testes para verificação do funcionamento da rede livre que levará conteúdos e informações para asfamílias da região. “Com a rede livre os educandos do CRC, por exemplo, poderão continuar seus estudos em casa, acompanhando o conteúdo postado pelos educadores. Os moradores poderão acompanhar notícias da escola de seus filhos e do seu bairro, que estará totalmente integrado” reforça Eloir Rockenbach, educador da Rede Marista.
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