Do Tele.Síntese
28/05/2013 – As previsões de crescimento de tráfego gerado pela internet, associado ao aumento de smartphones e tablets, levará obrigatoriamente ao compartilhamento de infraestrutura, cuja regulamentação está em discussão. “Todo crescimento do tráfego tem que vir acompanhado do compartilhamento de infraestrutura e estamos criando um ambiente regulatório favorável para isso”, afirmou, hoje, Artur Coimbra, diretor de banda larga da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, no Encontro Provedores Regionais, realizado pela Bit Social em Fortaleza. “Os provedores que operam regionalmente precisam fazer uso da infraestrutura de terceiros, isso ocorre não só com as pequenas empresas mas também entre os grandes provedores. Por conta disso existe uma série de medidas que vêm sendo adotadas pelo governo e pela Anatel para estimular o compartilhamento”, destacou Coimbra.
O diretor de banda larga da Secretaria de Telecomunicações citou um estudo da Cisco, que prevê que o tráfego médio da rede vai crescer oito vezes até 2016. “Esse crescimento vem associado ao uso de dispositivos como smartphones, mas o que vai ter maior crescimento é o tráfego gerado por tablets e laptops”, comentou. “Todo esse crescimento de tráfego tem que vir acompanhado do compartilhamento de infraestrutura e, além disso, agregar valor aos serviços.”
Coimbra lembrou que na elaboração do Plano Geral de Metas de Competição, o governo identificou dificuldades para o compartilhamento, principalmente entre as grandes operadoras com as pequenas, porque as primeiras veem os pequenos “como uma ameaça para a competição” e citou como exemplos as dificuldades na cessão de uso de postes ou de dutos e os preços cobrados, que tornam o custo do serviço prestado ao usuário final inviável. “O objetivo desse plano é dar acesso aos pequenos provedores às redes das grandes operadoras”, afirmou.
Por isso, destacou, estão sendo tomadas medidas para se criar um ambiente regulatório favorável ao compartilhamento, como o Plano de Metas de Competição da Anatel e as iniciativas para facilitar o direito de passagem. “A infraestrutura compartilhada vai trazer a real competição para o mercado”, reforçou Marcelo Corradini, sócio-diretor da empresa Kyatera e diretor da Abrint.
O compartilhamento dos cabos coaxiais, liberados para os pequenos provedores pelo PGMC, é visto com reticências pelo consultor Pedro Jaime Ziller de Araujo. Com base em sua experiência de quatro anos à frente da IMA (Empresa de TIC que atua em Campinas, no interior de São Paulo, e que atende outros municípios da região, ele considera complicado o compartilhamento do ADSL pelo fato de que quem compartilha não tem o controle da rede. Em sua opinião, o caminho para os provedores regionais é se associarem para construir redes de fibras ou comprarem fibras apagadas de terceiros dispostos a vender sua capacidade.
Tecnologias disponíveis
Além do compartilhamento, as tecnologias disponíveis podem se tornar aliadas dos provedores regionais na expansão dos negócios, conforme demonstraram os representantes da Padtec, Glauco Pereira, e da Furukawa, Priscila Batista Moreira. “Com a tecnologia de acesso GPON usa-se uma única fibra para transmitir nas duas direções e como a rede de acesso tem topologia em árvore, o provedor começa com uma central e vai ramificando e atendendo uma maior quantidade de clientes”, disse Glauco Pereira, gerente de produtos GPON da Padtec.
Outra vantagem da tecnologia, acrescentou, é que ela permite identificar que serviço está sendo transmitido e para que cliente. “A tecnologia permite identificar se no cliente está recebendo um pacote de dados, voz e vídeo ou se apenas um desses serviços”, afirmou.
Já a engenheira da Furukawa mostrou a evolução da fibra ótica, e dos equipamentos da Furukawa, que hoje facilitam a instalação e permitem a migração para altas taxas de transmissão de forma muito simples. “A tendência é de baixo custo na instalação, que tende a ser mais rápida e simples”, destacou Priscila, acrescentando que aposta igualmente em redes para serviços multimídia. “A tendência é de uma rede totalmente óptica e este cenário engloba também o Nordeste”, ressaltou.
O Encontro Provedores Regionais tem o patrocínio do Sebrae, apoio da Furukawa e da Padtec, e apoio institucional da Abrint, da Etice e da Telebras. Participaram deste evento representantes de provedores de 48 cidades, dos Estados de Alagoas, Ceará, Pernambuco, Piauí e do Maranhão.