As empresas brasileiras que desenvolvem serviços para os celulares são de pequeno e médio porte e muitas surgiram em incubadoras
Alunos de escola de Palmas (TO)
participam do Projeto Telinha. As desenvolvedoras nacionais de aplicações para celular são, em geral,
empresas de pequeno e médio porte, como informa Eduardo Adauto da
Costa, chefe do departamento de tecnologias de informação e comunicação
da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência do Ministério de
Ciência e Tecnologia. Outra característica é que muitas nascem em
incubadoras. É o caso da Meantime Mobile Creations, criada em 2003, a
partir de um projeto do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do
Recife (C.e.s.a.r), hoje sócio da empresa. No início, a Meantime focava
na criação de games
para celular, mas acumulou experiência no desenvolvimento de aplicações
móveis em geral. Atualmente, além dos 60 jogos de seu portifólio,
figuram aplicativos para monitorar ações em bolsa de valores, fazer
pagamentos, ler notícias e distribuir vídeos, entre outros. “A Meantime
trabalha com dois modelos de negócios: desenvolve sistemas encomendados
pelos clientes e constrói seus próprios produtos para venda à la carte”, diz o seu diretor, Haim Mesel.
Há também empresas nacionais que tem origem em investimentos
estrangeiros. É o caso da Okto, que chegou ao Brasil em 2000 com o nome
Tiaxa e capital norte-americano. Em 2004, a filial foi adquirida pelos
executivos locais, tornando-se 100% nacional. Oferece serviços para
clientes de grande porte em áreas diversas como internet, varejo,
saúde, editoras, bancos e call centers,
além das próprias operadoras. “Em 2006, começamos a trabalhar mais com
agências de publicidade e grandes marcas em soluções de mobile marketing. No ano passado, também com portais internacionais de venda de conteúdo”, diz Carlos Domingues, gerente de marketing da Okto. A empresa cresceu 100% em 2007 e acaba de abrir escritório no México.
Mas nem só de publicidade móvel vive esse mercado. Edson Bortolli,
diretor de produtos da Motorola, afirma que os aplicativos de música
são uma área de grande interesse do fabricante hoje, que mantém
contratos de longo prazo com o C.e.s.a.r. e o Instituto Eldorado, oscip
de Campinas (SP). A Motorola, que lançou no ano passado o MotoID
(aplicativo de celular capaz de identificar a música ambiente), também
recebe propostas de desenvolvedoras menores e independentes. “Mantemos
as portas abertas, tanto para projetos para ambientes Microsoft como os
de linguagem Java”, diz.
Um dos grandes desafios desse mercado é a heterogeneidade dos aparelhos
de celular. As empresas precisam investir muito tempo e dinheiro em
atualização tecnológica. Só assim garantem que seus produtos sejam
compatíveis com os celulares oferecidos no mercado — mais de 500
modelos, atualmente, segundo Haim Mesel, da Meantime. Quem está em dia
com essa diversidade têm vantagem competitiva no mercado.
Para investir regularmente em P&D, as empresas nacionais podem
submeter seus projetos aos programas Juro Zero e Pró-Inovação, da
Finep. O Juro Zero, focado em micro e pequenas empresas, oferece
financiamentos de R$ 100 mil a R$ 900 mil, com pagamento em até cem
parcelas, corrigidas apenas pela inflação (IPCA). O Pró-Inovação é
direcionado a empresas com faturamento anual acima de R$ 10,5 milhões —
a Finep financia, com encargos reduzidos, projetos com valor mínimo de
R$ 1 milhão.
www.cesar.org.br – C.e.s.a.r.
www.meantime.com.br – Meantime
www.okto.com.br – Okto
www.motorola.com.br – Motorola