Rádio Comunitária – Rádio, computador e papelaria.

A Cemina vai investir em gráficas digitais locais, para dar sustentabilidade a cinco telecentros da sua rede.


A Cemina vai investir em gráficas digitais locais, para dar sustentabilidade a cinco telecentros da sua rede.   Verônica Couto


Os jovens vão receber capacitação
em produção gráfica e em
manutenção das máquinas

A Cemina-Comunicação, Educação e Informação em Gênero vai formar
gráficas digitais em cinco dos seus 16 rádio-telecentros. O projeto
Cyberela Comunicações foi selecionado no programa Novos Brasis, do
Instituto Telemar (agora Oi Futuro), e pretende apoiar a
sustentabilidade das unidades que, atualmente, reúnem computadores para
acesso livre à web e rádios comunitárias.

“As rádios-telecentros poderão prestar serviços de criação de cartazes,
malas-diretas, certificados para colégios, panfletos publicitários,
etc.”, explica Silvana Lemos, coordenadora do projeto de rádios e TICs
(Tecnologias da Informação e Comunicação) da Cemina. As cinco unidades
vão receber impressora HP 2820 ou HP 2840, e um programa de capacitação
(duas rodadas de uma semana) em produção gráfica e manutenção das
máquinas, para 40 jovens.

Os cinco rádios-telecentros escolhidos foram os de Lençóis e de
Pintadas, na Bahia, de Campestre e da Boca da Mata, em Alagoas, e de
Nazaré da Mata, em Pernambuco. Os três últimos terão uma capacitação
adicional (de seis meses), para cerca de 20 jovens, com recursos dos
Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente. Cinco jovens serão
capacitados para serem gestores, junto com as cyberelas (comunicadoras
responsáveis pelo rádio-telecentro), outros cinco, na área de marketing
e vendas, e dez, em produção gráfica.

O Instituto Telemar apóia o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA),
que permite às empresas o abatimento mensal de até 1% do imposto de
renda devido. São esses recursos que serão destinados aos Conselhos
Municipais da Criança e do Adolescente para financiar as oficinas e os
cursos, somando R$ 90 mil.

A rádio comunitária Boca da Mata FM, uma das que vão receber a
capacitação, existe há oito anos e obteve outorga do Ministério das
Comunicações em fevereiro de 2005. A cidade, com 25 mil habitantes, não
tem outra rádio. As mais próximas estão na capital, Maceió, a 74
quilômetros, e na cidade de Marimbondos. A Boca da Mata FM é tocada
pela Associação Comunitária do Baião, sítio próximo ao município, onde
moram pequenos agricultores, com apoio do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, da igreja católica, e da rede da Cemina. A equipe da rádio
participa do Conselho Municipal da Infância e Juventude, do Conselho de
Defesa Social, entre outras entidades comunitárias. Na rádio, funciona
a Estação Digital Comunidade Virtual — telecentro da Fundação Banco do
Brasil, que tem conexão à internet pelo Gesac (Governo Eletrônico —
Serviço de Apoio ao Cidadão).

Em 2005, em parceria com o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de
Rua, a Promotoria de Justiça da Boca da Mata, a Secretaria Municipal de
Educação e a Universidade Federal de Alagoas, a rádio aprovou, na
Fundação Kellogg, um trabalho com jovens. Segundo José Gilson da Costa
Neves, fundador da rádio, o projeto Girassol, como foi batizado, reúne
235 jovens. Eles participam de encontros para formação de liderança,
oficinas e intercâmbios.

Em Pernambuco, a rádio Alternativa FM é pilotada por adolescentes
atendidas pela Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam). São
dois telecentros — um para  jovens  atendidas pela
instituição, e outro aberto à comunidade.