Toda vez que o Mutirão pela Inclusão Digital da Universidade de Passo
Fundo (UPF-RS) organizava oficinas de cidadania esbarrava em um ponto:
os softwares que pretendiam utilizar eram proprietários. Esse foi o
fator primordial para que os integrantes do grupo desenvolvessem o
Kelix – Kit Escola Livre, uma coletânea de softwares educacionais em
código aberto.
O Kelix está na versão 1.0 Beta, distribuída durante a Fisl 7.0, no fim
de abril, para “fazer a avaliação de conteúdo e regionalizar cada
aplicativo”, explica Amilton Martins, um dos desenvolvedores do
projeto. A interface é simples, abarcando um maior número de usuários
dos aplicativos. O programa tem base no Kurumin 5.0, com boa parte dos
pacotes educacionais componentes do Kdeedu.
Além de um pacote com 34 aplicativos em Live CD para a área de educação
– de vários níveis de ensino –, o Kelix conta com o Kurumin Terminal
Service, um recurso que permite aproveitar máquinas obsoletas,
conectadas em rede a um servidor que realiza as operações complexas do
computador. Uma alternativa interessante para a construção de
telecentros que recebem doações de máquinas antigas. O Live CD conta,
também, com jogos de raciocínio, estratégia e criatividade.
O desenvolvimento do Kelix não é o fim da linha para o Mutirão Digital.
O objetivo é mais amplo: construir um portal focado na inclusão digital
com material de estudos online, além da formação de uma equipe
interdisciplinar para ampliar o suporte aos usuários do software.
A filosofia do Mutirão pela Inclusão Digital está embebida do mais puro
conceito do software livre – a comunhão e o progresso mútuo. Segundo o
grupo, que realiza oficinas dentro da UPF, o intuito é a preparação de
uma nova geração de consciências livres que assuma o controle da
tecnologia.