Raitéqui – Internet Explorer no Linux

O intuito do programa não é incentivar a migração dos navegadores
livres para o proprietário, da Microsoft (MS). Pelo contrário: segundo
o desenvolvedor Sérgio Lopes, o IEs4Linux foi projetado para atender a
demanda dos webdesigners em software
livre que, volta e meia, têm de testar, dentro do Internet Explorer
(IE), a funcionabilidade das páginas que desenham. Isso porque o
navegador da MS não segue os padrões web. “Há sites bem
feitos, que funcionam em quase todos os navegadores e só não rodam no
IE”, diz Lopes. “O IEs4Linux foi feito tendo em foco os webdesigners que precisam trabalhar no Linux e testar sites no IE”, complementa.

Lopes explica que a idéia do IEs4Linux — um script, ou seja, um conjunto de linhas de comando que executa operações — surgiu a partir das discussões do Tableless, grupo de webdesigners
que desejava migrar para o Linux. Mas, como o IE é o navegador padrão
para cerca de 83% dos brasileiros, não podia ser desconsiderado ao
desenhar-se uma página. O script tem média de 900 downloads diários e está traduzido em mais de 30 línguas, contabiliza Lopes.

O IEs4Linux gerou polêmica dentro da comunidade do software livre. Parte dela aponta que o script fortalece o Internet Explorer. Lopes, que também é webdesigner,
argumenta que, além de o objetivo não ser esse, é importante ter o IE
para testes: “Alguns acham que deveríamos desenvolver exclusivamente
para navegadores livres e não levar em conta o da Microsoft. Eu acho
que desenvolver, por exemplo, exclusivamente para Firefox, também é
fomentar o monopólio. E isso vai contra a idéia de liberdade de
escolha”.
Nem tudo são rosas. Para rodar o Internet Explorer, é preciso ter uma
licença do Windows — pois o navegador é proprietário. Ou seja, executar
o IE sem ter uma versão oficial da MS do sistema operacional da MS
seria estar em desacordo com a lei. E, segundo Lopes, a
responsabilidade é de cada usuário: “E eu coloco isso no site.
O IEs4Linux não pede licença, não pergunta se você a tem ou não. Mas,
se o usuário baixar sem tê-la, ele é o criminoso, não eu. Eu explico da
necessidade da licença”.