Portal leva serviços e informação aos baianos
Governo do estado da Bahia usa a internet para capacitar servidores e se relacionar com a população.
Anamarcia Vainsencher
ARede nº 86 – novembro de 2012
O PROGRAMA DE telecentros da Bahia é um dos maiores do Brasil. São 934 Centros Digitais de Cidadania (CDCs) distribuídos pelo território e funcionando – o governo promete entregar mais 94 antes do Ano Novo. Nessas unidades estão registrados mais de 720 mil usuários. Para atender à sede de conteúdo, tanto dos frequentadores, quanto dos colaboradores dessa rede, foi criado o portal Rede Cidadania.
Planejado e implantado em apenas quatro meses, com início de operação em janeiro de 2012, o site reúne serviços de e-gov, notícias de interesse geral, divulgação de oficinas desenvolvidas pelos CDCs, pesquisas e links para as redes sociais. Murilo Aguiar, coordenador do projeto e do Programa de Inclusão Digital (PISD) da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia da Bahia, comenta: “É um esforço colossal, um trabalho que exige muito de todos os atores envolvidos no processo de implantação dos centros”.
Segundo ele, o portal se transformou no braço direito de quem trabalha nos CDCs. Por meio do portal, foi possível fornecer aos Centros assessoramento pedagógico, suporte operacional, manutenção de equipamentos, capacitação de monitores e gestores, ensino profissional para os usuários, e apoio na montagem das oficinas. Hoje, o site tem audiência de 8 mil acessos diários. Aguiar espera dobrar esse volume em 2013. “O maior ganho do Rede Cidadania é ampliar as possibilidades de um indivíduo e, por assim dizer, também de toda uma comunidade”, diz.
O portal Rede Cidadania é composto por oito canais. No espaço “Capacitação” se faz a divulgação de cursos profissionalizantes gratuitos de ensino a distância; em “Notícia” divulgam-se ações de inclusão digital existentes no Brasil; em “Campanhas” publicam-se ações preventivas de saúde, educação, segurança pública e outras; em “Nossa Rede” entram notícias sobre o programa de inclusão digital da Bahia; em “Comunidade” tem-se o uso de redes sociais para integrar os usuários; em “Oficina” divulgam-se as experiências de oficinas e outras ações desenvolvidas pelos CDCs, permitindo a troca de conhecimento entre os monitores; em “e-Gov” ficam links para serviços de e-governo; e em “Pesquisa” são publicadas pesquisas e enquetes respondidas pelos usuários dos CDCs.
Graças ao canal Pesquisa foi possível ao PISD criar um retrato fiel de quem acessa o portal e usa os centros digitais estaduais. A maior parte (79%) das pessoas tem renda de até dois salários mínimos e, também a maioria (70%), tem entre 13 e 34 anos. O portal está integrado ao sistema VIDA, plataforma de gerenciamento de salas de acesso público para inclusão digital, os infocentros. O banco de dados fica instalado em um servidor rodando Linux Debian, e a programação do site é baseada na linguagem PHP.
Ao avaliar o custo de fazer um portal como o Rede Cidadania, Aguiar ressalta o valor social da iniciativa: “Custa o esforço de compilação de todo o conhecimento implícito e explícito sobre o trabalho em prol da erradicação da exclusão digital, custa a experiência colhida com erros e acertos do projeto. Custa o diálogo, e nisso somos radicais, o diálogo preside e precede todas as nossa ações junto à comunidade. Como podemos mensurar isso? Não podemos. E seus efeitos? São igualmente imensuráveis. Esse é um lado da questão”. Por outro lado, observa, falando dos recursos necessários às criação do design, codificação e hospedagem da página, diz que o estado aplicou R$ 50 mil.
Com a utilização da Rede Cidadania para divulgação do material produzido pelos CDCs, o coordenador do projeto e do PISD informa que os centros têm se beneficiado da plataforma para construir suas marcas regionais: “Na medida em que os usuários da comunidade e frequentadores do portal participam, eles criam uma identidade para os seus CDCs e reforçam a identidade da rede a que pertencem”.
Os centros fizeram do portal um espaço próprio, um lugar onde podem registrar, com a divulgação de trabalhos, suas experiências, suas memórias. Fotos, vídeos e blogs têm sido publicados. “De nossa parte, trabalhamos para tornar universal o uso dos recursos que o portal oferece e tornar todos os centros participantes efetivos”, finaliza Murilo.
