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Plataforma web leva conhecimento a mães, integra redes de saúde e gera ações em defesa do aleitamento materno. Célia Demarchi



ARede nº75, novembro de 2011 – A ciência não para de descobrir benefícios do aleitamento materno, não apenas para o bebê, mas também para a mãe. Dar acesso a essas informações é obrigatório. Em especial em um país com desigualdades sociais marcantes, como o Brasil. Uma iniciativa que caminha nesse sentido ganhou mais força, desde junho, com apoio da tecnologia. A internet tornou-se a principal ferramenta do projeto Amamentação, do Senac-SP, criado em 1996. Tudo começou em 2003, com um site que funcionava como vitrine de uma campanha permanente. Em 2005, o portal se transformou em canal de distribuição de cartilhas informativas e, até 2009, cinco mil organizações fizeram download da publicação. Em 2011, a plataforma web se interligou a redes sociais e agregou novos conteúdos, como vídeos, em especial para atender solicitações de organizações que trabalham com capacitação de multiplicadores.

Hospedado no portal Senac-SP (como página da seção Desenvolvimento Social), o portal dá acesso gratuito a uma extensa série de materiais que abordam a realidade brasileira, voltados principalmente para promover a amamentação. São cartilhas e cursos, filmes, folhetos e conteúdo de seminários: “O aleitamento materno é um dos fatores mais importantes para a redução da mortalidade infantil”, diz Jorge Carlos Silveira Duarte, gestor do projeto.

Produzidas em parceria com a unidade Brasil da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN, da sigla em inglês) e o Ministério da Saúde, as peças são utilizadas em formações de agentes de saúde (enfermeiros e médicos), gestantes, lactantes e gestores públicos. Entre 2002 e 2010, 23.634 profissionais foram capacitados. Estima-se ainda que a campanha beneficiou cerca de dois milhões de pessoas, direta ou indiretamente. No mesmo período, foram distribuídos 2,5 milhões de cartilhas, 623 kits e 780 DVDs.

O orçamento do projeto inclui eventos e atividades realizadas durante a Semana Mundial da Amamentação (SMAM – 1º a 7 de agosto) nas unidades do Senac-SP. De 2000 a 2009, o investimento foi de algo em torno de R$ 3 milhões, de acordo com Duarte. Ele alerta que as cartilhas e demais materiais nunca foram distribuídos aleatoriamente, mas de modo a garantir que a informação chegasse ao público-alvo e fosse bem reproduzida: “Sempre repassamos o material a organizações sociais de saúde, ou em eventos voltados para o tema”.

Entre 1996 e 2000, o Senac-SP promovia campanhas pela amamentação em suas unidades, em seminários durante a SMAM e sensibilização em postos de saúde. A partir de 2001, quando foi lançada a Campanha Nacional pelo Aleitamento Materno, as atividades passaram a mirar a formação de multiplicadores e de redes de multiplicadores. Duarte explica que o Senac-SP desenvolveu um programa de oito horas de capacitação de multiplicadores, que  está disponível para download no site do projeto, juntamente com os demais materiais. Este ano, o Senac-SP produziu oito spots animados para internet, contribuindo com a SMAM 2011, cujo tema era “Aleitamento Materno: uma experiência em 3D”. O material foi divulgado no site, no Youtube e nos perfis do Senac-SP nas redes sociais.

Além de informações didáticas sobre a importância do aleitamento materno para a saúde do bebê e da mãe, há orientação sobre como produzir mais leite e doar leite, posições adequadas à amamentação, direitos das lactantes no trabalho, além de derrubar mitos e crenças em relação ao assunto. Desde 2007, a cartilha passou a incluir também informações sobre alimentação complementar do bebê até dois anos.

A campanha já conseguiu que se estabelecessem algumas redes de multiplicadores no estado de São Paulo, em municípios como Campinas e Bauru. Na Baixada Santista, o projeto encontrou terreno particularmente fértil, pois ali se promove campanhas pela amamentação há mais de 30 anos, segundo Keiko Miyasaki Teruya, co-diretora do Centro de Lactação de Santos e ex-diretora do Banco de Leite Humano do Hospital Guilherme Álvaro. Keiko conta que a Rede de Amamentação de Santos e Região foi fundada em 2001, a partir da proposta do Senac-SP. Hoje, estende-se a toda a Baixada, integrando profissionais de órgãos de saúde e mais de 200 organizações sociais, como o Menina Mãe, creches e centros de convivência e grupos de gestantes.

Até 2010, a rede capacitou mais de mil pessoas e promoveu 260 encontros mensais, realizados alternadamente nos vários municípios da região, principalmente nas unidades do Senac-SP. 
A rede também promove, durante a SMAM, o Fórum de Aleitamento Materno, este ano na quinta edição. A rede ainda promove palestras em instituições e universidades e realiza capacitações em postos de saúde da região.

O material de apoio oferecido pelo Senac-SP tem importância capital nesses eventos, mas o Senac também dá apoio na organização, oferecendo espaço e estrutura, segundo Keiko. Ela lembra que, no caso do Fórum, de que participam palestrantes de todo o país, o Senac-SP providencia inclusive o transporte aéreo. E sintetiza a relevância do projeto do Senac-SP: “A amamentação está ligada à qualidade de vida do ser humano, ao longo de toda sua trajetória. E é a ação mais efetiva recomendada pela Organização Mundial da Saúde para a redução da mortalidade infantil”.

www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a18662.htm

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