Site vai monitorar censura na internet

27/08 - Eleição Transparente visa combater a “censura judicial”, que cresce significativamente durante campanhas eleitorais.

Do Tele.Síntese

27/08/2014 – A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou nesta quarta-feira (27), o portal “Eleição Transparente” para compilar ações movidas por candidatos de todo o Brasil para tentar obter, na justiça, a retirada de conteúdo de sites, portais e redes socais durante a campanha eleitoral.

A ferramenta, criada com o apoio financeiro do Google, é de alcance nacional e colaborativa: empresas de comunicação, institutos de pesquisa e outras empresas de tecnologia e difusão de conteúdo são convidadas a alimentar o site, informando detalhes da ação que tenta suprimir conteúdo da rede, a chamada “censura judicial”.

O Grupo Folha – com Folha, o Instituto Datafolha e o portal UOL – o jornal “O Estado de S. Paulo”, o Ibope e os jornais “Zero Hora” e “Gazeta do Povo” e o próprio Google, entre outros, já aderiram à iniciativa. Segundo o presidente da Abraji, José Roberto de Toledo, o objetivo do site é mapear o uso da “censura judicial”, que salta em período eleitoral com efeitos restritivos sobre a liberdade de expressão.

Até esta quarta-feira, o Eleição Transparente contabilizava 71 ações na Justiça movidas por candidaturas em todo o Brasil. É possível consultar os dados de processos por estados, por partido e por tipo de candidatura, se presidencial, a governador ou de deputados. O PMDB era a sigla campeã em petições, com 19, seguido pelo PP, com 11.

Das ações listadas no site nesta quarta, 90,14% eram ações para retirar conteúdo do Google, tanto a ferramenta de busca, como a plataforma de blogs e o YouTube. O monitor registra quatro ações contra o Ibope, uma contra o Datafolha e uma contra a Folha.

A expectativa dos organizadores é que o banco de dados cresça com as colaborações de outros meios. Em caso de sucesso, a iniciativa será mantida fora do período eleitoral.

Até agora, no entanto, a Abraji não conseguiu a adesão do Facebook, a rede social com mais seguidores no Brasil. Questionada, a assessoria do Facebook no Brasil informou que não divulga dados sobre ações judiciais solicitando a supressão de conteúdo do seu site.(Com assessoria de imprensa)