Fábio Lucio de Souza, 22 anos, é monitor do Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) de Belo Horizonte, responsável pela instalação da tecnologia LTSP (Light Terminal Server Project) nos equipamentos recondicionados. E decidiu levar a cultura do trabalho com redes centralizadas em servidores e estações de trabalho enxutas para o curso superior de tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas que faz na Unipac, em Contagem, cidade da Grande BH. Uma faculdade privada, que lhe custa R$ 370,00, pouco menos de um quarto do seu salário. “Como sempre estudei em escola pública e fui um aluno médio, é muito difícil entrar numa federal”. Mas não reclama. “Hoje o jovem pobre tem mais oportunidades com os programas sociais”.
Louco por computador, fez vários cursos gratuitos no Colégio Santo Agostinho, na unidade do bairro Cardoso, onde nasceu e mora até hoje. Não mais com os pais, donos de um apartamento de dois quartos, mas numa casinha alugada, com a mulher e o filho de dois anos. Integrante do Projeto Aprendiz, foi indicado para uma das vagas abertas no CRC, em 2008. E lá está até hoje.
O projeto que escolheu para desenvolver ao longo do curso de análise e desenvolvimento de sistemas – e convenceu seus colegas de grupo a apoia-lo – é o estudo da tecnologia LSTP que, segundo ele, funciona bem, é barata e preserva o ambiente, prolongando a vida útil das máquinas. “Em cada período vamos aprofundando o projeto em uma direção. O mais difícil foi convencer meus colegas a trabalhos com o Linux. Mas agora estão gostando. Hoje o mercado de trabalho está melhor para o Linux do que para o software proprietário”, avalia.