Software Livre já não torna governo “adversário” do mercado

O presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, disse que depois de oito anos de experiência federal com o uso de sistemas de código aberto, já se pode comemorar o fato que o mercado privado amadureceu e já não adota posição tão antagônica a escolha feita por essa solução pelo governo.

Do Convergência Digital

25/08/2011

Ao falar no painel: “Software Livre x Software Proprietário: Mitos e Realidade”, no evento Forum TI, realizado pela Network Eventos, em Brasília, o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, disse que depois de oito anos de experiência federal com o uso de sistemas de código aberto, já se pode comemorar o fato que o mercado privado amadureceu e já não adota posição tão antagônica a escolha feita por essa solução pelo governo.

Segundo ele, a convivência entre os dois mundos (software livre e softtware proprietário) tornou-se pró-ativa, no sentido de serem complementares de acordo com as necessidades que cada caso exigir.”Que bom que o software livre já não é mais o responsável pela revolução socialista no mundo”, ironizou Assumpção.

“Estamos discutindo tecnologia, avaliações de custo/benefício, de tempo, de SLA, que são exatamente os critérios mais coerentes.Não diria que a ideologia ficou para trás, diria que reposicionamos de maneira mais adequada “,complementou.

O uso de soluções em código aberto, na avaliação do presidente da Dataprev, foi uma escolha feita lá atrás pelo governo, no sentido de se estabelecer no Brasil uma política industrial, cuja meta será a capacitação e a formação de mão-de-obra especializada, capaz de inserir o país no mercado global.

Lembrou o caso das escolhas que vem sendo feitas agora pela Patrobras na questão do pré-sal, onde a companhia optou por um modelo de negócios que atraia investimentos e desenvolvimento para a indústria no Brasil. Entretanto, salientou Assumpção, disse que não ter problemas em contratar software proprietário, quando sentir que tal solução seja a mais adequada para a imediata prestação dos serviços ao cidadão brasileiro, através do Ministério da Previdência Social, ao qual a Dataprev é subordinada.

Também criticou determinados casos em que alguns modelos de negócios em software livre acabaram fugindo ao propósito original, tornando-se cada vez mais próximos do próprio mundo proprietário que combateu no passado.

O mais importante para ele, enquanto presidente da estatal, foi que a solução de código aberto livrou a estatal da condição de refém de tecnologias proprietárias. Explicou ainda que durante anos a empresa viveu em completa dependência tecnológica com soluções proprietárias da Unisys mas, agora, depois de um período de transição, ambas as partes convivem tranquilamente dentro de um espírito colaborativo.

Rodrigo Assumpção chegou a brincar com Daniele Ribeiro, diretora de Soluções Tecnológicas da Unisys Brasil, que mediava esse painel durante o Forum Brasil TI, realizado em Brasília pela Network Eventos. “Estou absolutamente tranquilo do lado dela”, afirmou Assumpção, que foi correspondido pela executiva na sua vez de falar sobre a questão.

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