Da redação, com agências internacionais
30/07/2013 – O soldado estadunidense Bradley Manning, que em 2010 foi preso por entregar ao site Wikileaks documentos confidenciais do exército dos Estado Unidos, foi absolvido nesta terça-feira (30) da acusação de ajudar o inimigo. Se tivesse sido condenado, Manning poderia pegar prisão perpétua.
No entanto, o militar, acusado de cometer 22 crimes por causa da colaboração com o Wikileaks, foi condenado em 20 das acusações, e pode ser sentenciado a mais de 130 anos de prisão. No começo do ano, ele havia se declado culpado de 10 das acusações numa tentativa de reduzir sua pena.
Manning foi condenado por praticar cinco crimes de espionagem, cinco de roubo, um por fraude informática, além de outras infrações militares. Durante sua defesa, o soldado admitiu ter vazado os documentos, mas afirmou que o fez para promover um debate sobre as políticas de governo dos EUA com relação a outros países. A acusação, porém, o comparou a um terrorsta high-tech.
A partir desta quarta-feira (31) o tribunal em que está sendo julgado se reúne para debater a possível sentença. Manning está sendo julgado por uma corte marcial. Defensores do soldado lembram que o resultado do julgamento deve afetar a liberdade de expressão, com informantes deixando de ceder dados por medo das penas severas da justiça estadunidense.
Segundo o site Wikileaks, que se manifestou sobre o tema no Twitter, a condeção por espionagem “É um precedente muito sério por entrega de informação à imprensa”. O site ainda ressalta que o soldado não foi, em nenhum momento, considerado “culpado” pelo tribunal, mas “condenado” por ceder dados confidênciais. O site afirmou ainda que o julgamento é um “perigoso extremismo em segurança nacional por parte do governo Obama”.