Telecentros – Entidade cria ferramentas especiais para telecentros

Há cinco anos, a Socid cria sites e softwares para o terceiro setor no Rio de Janeiro    Leandro Quintanilha

Inclusão digital para quem cuida da inclusão social. A Sociedade
Digital (Socid) foi criada em 2001, no Rio, para apoiar ONGs e
associações comunitárias de segmentos sociais discriminados e/ou em
situação de risco. Com informação e tecnologia. A entidade desenvolve
programas de capacitação e uma infinidade de soluções de informática
específicas para o terceiro setor, como o software que viabiliza o
programa Balanço Social, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas (Ibase). Tudo isso, com uma equipe de cinco pessoas.

“Somos dois coordenadores, dois instrutores e uma secretária”, enumera
o fundador e coordenador-executivo Alexandre Rangel. Uma das principais
atividades da Socid é o desenvolvimento de sites para ONGs com o
programa Publique!, de fácil atualização visual e de conteúdo. Entre as
entidades beneficiadas, estão a Associação Brasileira Interdisciplinar
de Aids (Abia), o Grupo Eco, a Rede Brasileira pela Integração dos
Povos (Rebrip) e a Plataforma Interamericana de Direitos Humanos.

A Socid mantém, ainda, quatro telecentros (três na Ilha do Governador e
um na Comunidade do Frade, em Angra dos Reis), e apóia um quinto, com a
Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), no morro Santa Marta,
zona sul carioca. “Todos os telecentros usam software livre”, ressalta
Alexandre. A entidade também capacita educadores, em Linux e em
montagem e manutenção de computadores, para outras redes de
telecentros, como aquelas apoiadas pelo Banco do Brasil.

Entre os softwares desenvolvidos pela Socid, destaca-se o Gerador de
Indicadores Sociais do Ibase, instituição criada pelo sociólogo Hebert
de Souza, o Betinho, em 1980. “O sistema é capaz de cruzar dados
declarados pelas empresas sobre o investimento realizado no setor
social e, com isso, gerar estatísticas variadas”, explica Alexandre.

O software torna possível um dos principais programas do Ibase, o
Balanço Social, que computa também ações empresarias relacionadas à
proteção do meio ambiente e à qualidade de vida dos funcionários. Outro
software criado para o Ibase é o CTO (sigla para “Cidade Transparente
Online”), um sistema de consultas sobre o orçamento público municipal
do Rio de Janeiro, lançado em 2002. A idéia é promover o controle
social dos gastos públicos (saiba mais).

A Socid se mantém com ajuda de apoiadores, como Furnas e a Esso, e com
a prestação remunerada de serviços de informática para empresas.