Em parceria com o MinC, o Paraná
vai abrir mais 18 unidades; e o Mato Grosso do Sul, mais 12, ao longo
das estações da antiga estrada de ferro Transpantaneira, que deverá ser
reativada.
João Luiz Marcondes
Oficinas de berimbau serão
oferecidas nos Pontos de Cultura
do MS.
O programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, começa a ganhar a
adesão de governos estaduais. O que, de acordo com Célio Turino,
Secretário de Programas de Projetos Culturais do ministério , é um
passo estratégico para dar maior abrangência à rede e fortalecer a
sustentabilidade dos seus Pontos de Cultura, ambientes públicos que
abrigam produções artísticas comunitárias. O programa utiliza-se de um
kit multimídia (veja o quadro), a fim de que a tecnologia seja mola
propulsora para a criação. No Brasil, já há mais de 250 pontos. E, a
partir deste ano, também será implementado em três parcerias
estaduais-federais. Paraná, Piauí e Mato Grosso do Sul vão montar ou
ampliar unidades da rede dos Pontos de Cultura.
No Mato Grosso do Sul, a iniciativa virá em prestações. Para este ano,
serão desembolsados R$ 400 mil pelo governo estadual e a mesma quantia
será investida pelo Ministério da Cultura. Em 2007, os mesmos valores.
E, em 2008, R$ 500 mil para cada lado. “A idéia é que o dinheiro não
seja liberado de uma só vez, para se ter continuidade”, explica Carlos
Roberto Borges de Oliveira, coordenador do Núcleo de Cultura e Arte
Popular do Estado.
Nesse caso, o conceito é aproveitar os Pontos de Cultura para a
recuperação da estrada de ferro Transpantaneira, do início do século
passado e atualmente em desuso. Por esse caminho, várias histórias
podem ser contadas. Em Terenos, a 23 quilômetros de Campo Grande, está
quase perdida a tradição dos primeiros colonizadores, vindos da
Letônia, Alemanha e Polônia, à época da criação de gado. Hoje, Terenos
virou uma cidade-dormitório, com pouca identidade.
Antes da Transpantaneira, produtos saíam do Brasil para, só depois,
chegar ao estado, via Rio Paraguai (passando pela Argentina). A
ferrovia, também conhecida como Bauru-Corumbá, mudou essa realidade.
Pelo caminho residem lembranças da Guerra do Paraguai, na cidade de
Piraputanga, que também serviu de esconderijo a uma espécie de
cangaceiro sul-matogrossensse, o bandoleiro Selvino Jaques, muito
conhecido naquelas plagas.
As oficinas ministradas nos 12 Pontos de Cultura previstos no estado
pretendem reativar a memória afetiva e folclórica local: música, dança,
artesanato, tradição oral. Em Aquidauana, ainda na linha do trem, a
cultura dos índios Terena será evocada. Em Miranda, mais espaço para
comunidades indígenas. Em Porto Esperança, a história é outra, a do
homem pantaneiro e suas tradições rústicas.
As oficinas foram idealizadas para atenderem 30 alunos por vez. E 200
pessoas, no mínimo, por ponto. Há, ainda, duas comunidades quilombolas
atendidas: em Furnas da Boa Sorte e Santa Teresa. Nesta última,
realiza-se, há quase cem anos (97, para ser exato), a Festa do Divino
Espírito Santo, com a tradicionalíssima dança da Catira.
Os Pontos de Cultura contarão com telecentros, produção audiovisual por
meio de kits multimídia, e trabalho em software livre, como é padrão
nos projetos do MinC. Em Campo Grande ficará o Pontão de Cultura. “Ele
será responsável pela administração e interligação dos demais locais,
além de centro de capacitação”, explica Borges de Oliveira.
Leste europeu
Oficinas de violão em Campo
Grande.
No Paraná, o investimento será de R$ 1,5 milhão de cada parte: governo
estadual e federal. Assim como no Mato Grosso do Sul, a ênfase dos
projetos é o resgate de tradições e culturas locais. O estado foi
dividido em 18 regionais, de onde agentes conhecedores da realidade vão
escolher o município a ser contemplado com um dos 18 Pontos de
Culturas. A idéia é que haja liberdade na implantação do projeto, para
que possa atender às especificidades locais.
Uma das cidades escolhidas é São Mateus do Sul. Ali floresceu a cultura
de imigrantes eslavos, vindos de países como a Ucrânia e a Polônia. É
tradicional na cidade a dança polonesa, que resgata a tradição do país
do leste europeu. O município também destaca-se pela pesca e a produção
de erva-mate.
A chave para o sucesso dos Pontos de Cultura, no entender do governo
paranaense, é a auto-suficiência, que elimina a nefasta influência da
troca de comandantes políticos (alguém pensou em eleições?) em projetos
sociais. “Para tanto, vamos estimular a comercialização de algumas
atividades (que pode ser de uma produção audiovisual, por exemplo, ou
ainda o artesanato, como é feito em outros estados), e, principalmente,
a busca de patrocínios junto à iniciativa privada local”, diz Vicente
Jair Mendes, coordenador de Ação Cultural da Secretaria estadual de
Cultura.
1 servidor de aplicações
– Processador Intel Pentium 4 2.66GHz, 1Gb de memória, 2 HD com 120 Gb, 2 placas de rede, CD-RW, monitor SVGA 17").
1 servidor multimídia
– Processador Intel Pentium 4 2.66GHz, 1 Gb de memória, HD com 120Gb,
placa de rede, CD-RW, DVD-RW, 2 monitores SVGA 17", placas
profissionais para captura de áudio e vídeo.
1 terminal para consulta (terminal burro).
1 switch não-gerenciável com 8 portas.
1 impressora colorida a jato de tinta para formato A4.
1 impressora preto-e-branco a laser para formato A4.
1 scanner de mesa.
1 filmadora mini-DV com 1 CCD.
1 câmera fotográfica com resolução de 3.2 megapixels.
1 MD portátil.
1 kit para áudio.
Mesa de som com 12 canais, monitor, amplificador, 6 microfones
supercardióide, 1 microfone de lapela, 2 fones de ouvido, 6 pedestais
para microfones, e cabos.
Também acompanham o kit digital estabilizadores de tensão, filtros de
linha, recarregador de baterias e um conjunto de ferramentas para
reciclagem e manutenção de computadores.
www.sec.ms.gov.br/ – Secretaria de Cultura do governo do Estado do Mato Grosso do Sul