Telecentros – Informática educativa

Mutirão pela Inclusão Digital na UPF inaugura sala com computadores para uso dos universitários e da comunidade. E com software livre desenvolvido pelos próprios estudantes.


Mutirão pela Inclusão Digital na
UPF inaugura sala com computadores para uso dos universitários e da
comunidade. E com software livre desenvolvido pelos próprios estudantes.
   Heitor Augusto

Mutirão pela inclusão digital no Espaço Kelix da Universidade de Passo Fundo no Rio Grande do Sul
Computadores dispostos em “U”. Sem hierarquia, todos no mesmo plano.
Não há mestre nem aluno: trocam-se experiências. Esta é a proposta do
Espaço Kelix de Inclusão Digital, inaugurado em agosto no Laboratório
Central de Informática da Universidade de Passo Fundo (RS). No local,
há dez máquinas em rede, conectadas a um servidor que roda a
distribuição Kit Escola Livre (Kelix), uma pacote desenvolvido pelos
próprios estudantes da universidade.

O espaço se propõe a ser modelo de inclusão digital na região sul. O
coordenador do curso de Ciências da Computação, Adriano Teixeira,
prefere não chamá-lo de telecentro porque, explica, essa denominação
traz implícita a centralização. “Se falamos ‘telecentro’ estamos 
pensando em centralização. Vemos a tecnologia como ambiente educacional
para um novo espaço sem barreiras”, diz Teixeira.

“A idéia”, continua Teixeira, “é que seja o lugar para as oficinas de
cidadania do Mutirão pela Inclusão Digital e também um laboratório
desenvolvedor do Kelix”. O Mutirão pela Inclusão Digital é um projeto
de filantropia da UPF, criado em 2004, pelo qual mais de 400 pessoas já
se formaram, em oficinas de informática e cidadania. No mês passado, 42
alunos receberam o certificado de conclusão do curso oferecido pelo
Mutirão – 28 alunos da Escola Municipal Benoni Rosado e 14 jovens
surdos. Cerca de 40 voluntários participaram do Mutirão nos últimos
dois anos.

Kit Escola Livre


Mutirão pela inclusão
digital no Espaço Kelix
da Universidade de
Passo Fundo no Rio
Grande do Sul

O Kelix, sistema operacional que roda nas máquinas do espaço inaugurado na UPF, conta com um pacote de 34 softwares
voltados para a educação. A barreira criada pelos programas
proprietários educacionais foi um dos estímulos para os estudantes e os
professores desenvolverem um sistema em código aberto, que faz parte do
programa de extensão do curso de Ciência da Computação. Baseado no
Kurumin, uma das distribuições Linux, o Kelix está na versão 1.0, em live CD, ou seja, não precisa ser instalado na máquina. Basta inseri-lo no driver  para executar o sistema.

Uma atualização do pacote vai ser lançada até o fim deste ano –
educadores podem sugerir programas a serem incluídos. “Para isso, será
criado um repositório contendo os softwares
aceitos, separados pelo padrão de classificação de software educacional
do Ministério da Educação”, explica Adriano Martins, um dos
desenvolvedores do Kelix. O objetivo da versão 1.5 é aumentar a
interatividade e estimular a participação de educadores.

E não só os participantes das oficinas do Mutirão pela Inclusão Digital
poderão usufruir do Kelix. A prefeitura de Passo Fundo firmou uma
parceria para que o pacote seja o sistema operacional padrão dos
laboratórios de informática das escolas municipais. “Vamos fazer as
configurações das máquinas e capacitação de professores para inclusão
digital”, afirma Teixeira.

Os objetivos dos desenvolvedores do Kelix não param por aí. A parceria
com o município é apenas o primeiro passo para uma possível
“replicação” dos softwares
educacionais para prefeituras de outras localidades, expandindo o
conhecimento. Seria uma forma de entrar em contato com as demandas de
outros estados, porque, confessa Teixeira, “estamos isolados aqui no
Sul”.  A cidade de Passo Fundo dista 280 km da capital Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul.

www.kelix.upf.br – clique em download para baixar o programa

http://inf.upf.tche.br/~mutirao/ – Mutirão pela Inclusão Digital