Telecentros – Prefeitura de SP renova convênios

Editais para administração de telecentros vão dar preferência às entidades que já são parceiras. Mas elas devem atender aos requisitos da seleção.


Editais para administração de
telecentros vão dar preferência às entidades que já são parceiras. Mas
elas devem atender aos requisitos da seleção.


Telecentro Borturussu

A prefeitura de São Paulo começou, no início deste mês, a publicar
editais para refazer os convênios com entidades sociais que 
administram os telecentros comunitários municipais. Segundo o
secretário de Participação e Parceria, José Police Neto, o objetivo é
“apresentar regras claras de seleção, que devem priorizar a
potencialização do uso dos equipamentos públicos para a cidadania”. Ele
afirma que os editais darão preferência às entidades parceiras, que, se
apresentarem a documentação requerida, terão seus convênios renovados.
Caso contrário, outra instituição poderá se candidatar à gestão do
espaço.

“As entidades têm que se adaptar ao plano de trabalho que nós
estipulamos”, diz a coordenadora do programa Telecentro, Maria Inês
Fornazaro. Isso significa que uma unidade que possua, por exemplo, 20
computadores, deve atender 4,4 mil pessoas por mês – 75% do tempo com
cursos, e 25%, com acesso livre.

O secretário também aponta requisitos que considera indispensáveis:
“nem todas as entidades têm porta para a rua, o que compromete o
conceito básico de acesso universal”. Além disso, as instituições devem
ter o Certificado do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CMDCA) e Certificado de Inscrição de Entidades,
Organizações e Fundações de Assistência Social (COMAS), cumprindo,
ainda, normas de acessibilidade.

A prefeitura mantém, atualmente, 142 telecentros — 61 em instalações

municipais; 42 em CEUs (Centros Educacionais Unificados); e 39,
comunitários. A Secretaria está concluindo nova modalidade de parceria
para incorporar à rede telecentros não-governamentais. Da ONG Ação
Comunitária, serão 12 salas, usadas em  cursos, que vão ganhar do
município a conexão à internet para ofertar acesso à população. A mesma
iniciativa envolve as Obras Kolping com duas unidades em Guaianases.

A CEF doou 450 computadores ao município, além de R$ 577 mil, que
estarão liberados a partir de 1º de janeiro. A doação vai apoiar a
construção de mais 12 unidades, próximas a conjuntos habitacionais.
Outras ações da Secretaria incluem esforços para integrar a rede com o
programa Acessa São Paulo, do governo estadual; e gestões junto ao
Ministério Público para propor formas de contratação de educadores nos
telecentros, que não pela CLT.

A adoção da CLT ocorreu durante a gestão do Instituto do
Desenvolvimento e da Organização do Trabalho (Idort), cujo contrato com
a prefeitura vence em outubro. Maria Inês diz que ainda não sabe
avaliar o trabalho feito pela instituição. Em telecentros consultados, ARede
ouviu críticas à presença de técnicos do Idort fiscalizando os
educadores, e à introdução de regras rígidas para o uso dos
equipamentos – como a proibição de acompanhantes, ou a exigência a
menores do RG dos seus responsáveis —; além da ausência de serviços de
limpeza.

A coordenadora assegura que não existem as regras apontadas. E que não
recebeu reclamação dos gestores. Também diz que já foi feito o distrato
com a empresa de limpeza, cuja tarefa que será delegada às
subprefeituras. Possi Neto garante que está mantida a opção pelo Linux.
Mas estuda parceria com a Microsoft para telecentros de acessibilidade.