Telecentros – Um espaço especial para as mulheres

A ONG Casa da Cultura  da Baixada Fluminense cria um programa de atividades para atrair as mulheres ao telecentro. Em menos de um mês, já atende 105 participantes e tem fila de espera.


A
ONG Casa da Cultura  da Baixada Fluminense cria um programa de
atividades para atrair as mulheres ao telecentro. Em menos de um mês,
já atende 105 participantes e tem fila de espera.
Vitória Guimarães



O grupo Fêmea, da ONG Casa da Cultura da Baixada Fluminense, no Rio
de Janeiro, promove desde o começo de agosto uma iniciativa de inclusão
digital dedicada especialmente às mulheres de baixa renda. O projeto
Fazendo Gênero Digital tem o objetivo de capacitá-las para o uso do
computador, procurando garantir, além da inclusão digital, uma opção de
geração de renda e também de proteção contra a violência doméstica.


Esforço para combater a violência
doméstica.

A coordenadora do grupo Fêmea, Leila Soares, conta que o telecentro da
entidade era muito mais utilizado por jovens e homens, deixando as
mulheres à margem dessa tecnologia. O Fazendo Gênero Digital foi criado
para mudar esse quadro, e também para que as mulheres sejam capacitadas
para o mercado de trabalho. “Estabelecemos uma parceria com escolas
públicas da região e encaminhamos as alunas que não concluíram os
estudos para fazer um supletivo”, conta Leila.

Outra preocupação do grupo é que as mulheres sejam informadas sobre
seus direitos. Por isso, em quartas-feiras alternadas, são realizados
cafés da manhã, reuniões nas quais são pautadas discussões sobre
diversos temas relacionados aos direitos das mulheres e à cidadania.
Leila explica que muitas alunas são vítimas de violência doméstica, por
isso o curso e os debates procuram formar uma base para fortalecer as
mulheres, encorajá-las a denunciar as agressões e permitir que elas se
tornem economicamente independentes de seus maridos ou companheiros.

A iniciativa tem apoio do Fundo Ângela Borba (de recursos para
trabalhos de geração de renda com mulheres), da ONG inglesa ActionAid,
da Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits) e da Universidade
Estácio de Sá, responsável pelas aulas de telemarketing. De acordo com
Leila, 200 mulheres já se inscreveram para a próxima edição do curso.
Para atender à grande demanda serão abertas novas turmas, a partir de
setembro. Atualmente, o programa de uso do telecentro comunitário, que
inclui curso de informática, capacitação para o mercado de trabalho e
discussões sobre as condições e demandas das participantes, do Fazendo
Gênero Digital, já atende 105 mulheres, divididas em oito turmas. Todas
as atividades são gratuitas.

O curso de informática, que acontece no telecentro Armanda Álvaro
Alberto, instalado na Casa da Cultura, tem duração de quatro meses.
Nele, as participantes, além de aprenderem informática básica, tem
contato com software livre, navegam na internet e participam de aulas
de técnicas de atendimento ao cliente e telemarketing. As aulas são
ministradas uma vez por semana, com duração de duas horas.

www.casadaculturabaixada.org.br

ou 21 2751.3538/8112