14/07/2010
Do Tele.Síntese
O presidente do conselho de administração da TIM, Manoel Horácio, disse nesta quarta-feira (14) que a operadora pode ter um papel chave na massificação da banda larga no país, por meio da conexão à internet via smartphone. Ele acredita que grande parte das 35 milhões de pessoas que acessam a internet via lan houses por falta de acesso e em casa podem ser atendidas pela rede 3G, que está apta para atuar com mais rapidez, porque não depende de infraestrutura física, como cabos e fibras óticas, nem de computador, já que e-mails, pesquisas e outras consultas, podem ser feitas por meio do próprio celular.
Segundo o representante da TIM, esses argumentos já foram apresentados ao governo e a operadora espera ter uma participação maior no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). “O governo tem um papel de desenvolver políticas públicas, de regulamentação e de ofertar a infraestrura pública para que as empresas privadas possam ter um papel importante no esforço de inclusão digital”, disse.
Horácio disse que há ainda problemas de freqüências, de preços ainda altos dos aparelhos celulares e dos minimodems e da falta de compartilhamento das redes, mas todos podem ser contornados. “Hoje nós já estamos vendendo o acesso a dados pré-pago a R$ 2,90 por dia, tarifa mais barata do que a cobrada nas lan houses, de R$ 3,00 por hora. Então nós já estamos fazendo a inclusão digital”, disse.
A TIM também está investindo no incentivo à fabricação de smartphones no Brasil e no desenvolvimento de sistemas operacionais abertos como forma de baratear os custos. “Com todo esse conjunto de ações, esperamos oferecer até o final do ano um plano com smartphone parcelado mais o acesso com custo menor do que as pessoas gastam mensalmente nas lan houses”, adiantou.
A operadora pretende investir mais de R$ 7 bilhões até 2012 em infraestrutura e espera ter capacidade de atender até 60 milhões de pessoas com a cobertura 3G até o final deste ano.
Remessa de lucros
O presidente do conselho de administração da TIM foi um dos palestrantes no 4º Encontro Empresarial Brasil – União Européia, realizado hoje em Brasília. Para ele, os investimentos europeus no setor de telecomunicações do país vão muito bem. A TIM, a Portugal Telecom e a Telefónica têm investido pesadamente porque veem o Brasil como o grande foco da América Latina. “No sentido contrário, eu acredito que muitos aplicativos desenvolvidos aqui estão sendo exportados para países da Europa”, disse.
Além disso, Horácio sustenta que as companhias estão reinvestindo praticamente todo o fluxo de caixa, todo o lucro, negando a alta de envio dos dividendos para as sedes. “Cada uma dessas companhias praticamente investe em uma nova planta de siderúrgica de dois milhões de toneladas por ano, que custa em torno de U$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões”, disse.
Com essas declarações, Horácio rebateu a acusação do empresário Ingo Ploger, de Editora Melhoramentos, de que os empresários europeus estão transferindo todo o lucro obtido no Brasil para as sedes. “Este ano, foram investidos US$ 15 bilhões por empresas européias e o retorno do lucro já está em US$ 10 bilhões”, disse. Segundo ele, essa alta nas remessas pode enfraquecer a participação dessas empresas no mercado.