TV Brasil: presença nacional.

A nova emissora pública que nascerá da fusão da TV Nacional, de Brasília, com a TVE, do Rio de Janeiro, vai ter um canal analógico na cidade de São Paulo, e retransmissoras no interior, para cobrir todo o estado.



Uma das principais críticas feitas à política de TV digital no país é
que, ao conceder, automaticamente, a cada emissora em operação, mais 6
MHz para a transmissão digital nas localidades onde tem outorga, o
governo manteve a TV  concentrada em poucas empresas. Isto é, não
aproveitou a oportunidade criada pela transição digital para, na
realocação do espectro, abrir espaço em cidades como São Paulo e Rio de
Janeiro, onde há congestionamento para a operação de canais públicos
ainda no modo analógico e, para, na transmissão digital, permitir a
entrada de novas emissoras.

A emissora pública que nascerá da fusão da TV Nacional, de Brasília,
com a TVE do Rio de Janeiro – de nome provisório TV Brasil – terá um
canal analógico em São Paulo, principal praça do país. É o que informam
fontes do Palácio do Planalto, acrescentando que, a partir da capital
paulista, para cobrir todo o estado, terá que estabelecer
retransmissoras. O mesmo plano de canalização que permitiu encontrar
espaço no espectro analógico, garantirá, segundo as mesmas fontes,
espaço para os quatro canais públicos criados na TV digital pelo
governo. Assim, a TV Brasil iniciará sua transmissão digital em São
Paulo em 2 de dezembro, ao mesmo tempo que as emissoras comerciais e,
em paralelo, fazendo a transmissão analógica da mesma programação.

A importância do espaço para a transmissão analógica da TV Brasil é que
não adianta ter só o canal digital, porque os telespectadores vão
migrar lentamente de um para outro modo de recepção. Uma emissora que
entre no ar apenas com a transmissão digital fará um investimento
respeitável para, simplesmente, não ter público. O período de transição
do analógico para o digital foi definido em dez anos, mas há sérias
dúvidas se será cumprido, porque até países com alta renda, como
Estados Unidos e Reino Unido, enfrentam barreiras no processo de
migração.