UCA: educadores querem tela maior para deficientes visuais.

Em Recife, primeiras experiências com laptops educacionais nas 11 escolas do projeto piloto apontam desafios a serem superados.

14/10/2010 – Os laptops educacionais do programa Um Computador por Aluno (UCA) estão chegando às 11 escolas de Pernambuco que participam do projeto piloto em clima de boa receptividade da parte dos professores, e muito entusiasmo da parte dos alunos. Neste momento, todas as escolas passam pelo processo de capacitação dos professores e gestores. “Temos desenvolvido as atividades de capacitação a partir da realidade de cada escola, de seu projeto pedagógico”, relatou Sergio Abranches, coordenador do programa UCA no estado como representante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um dos palestrantes do seminário “Um Estudante, Um Computador”, realizado hoje no Recife.

Na escola municipal Emílio Dantas Barreto, do Recife, uma das que integram o programa UCA, o processo de implantação caminha bem, até porque os professores da cidade já têm intimidade com o computador. 95% do corpo docente aderiu ao programa da Secretaria Municipal de Ensino, que distribuiu um notebook por professor com conexão à internet por banda larga móvel. Mas, como todo programa novo, o UCA apresenta desafios a serem superados. Além dos problemas de onde carregar as baterias e de sobrecarga da rede elétrica, apresentados já no pré-piloto em cinco escolas do país, Cleonilde Britto, diretora de tecnologia da Secretaria da Educação do município, elencou outras três questões que precisam ser pensadas pela coordenação nacional.

A mais sensível delas, na avaliação de Cleonice, é o reduzido tamanho da tela de 7 polegadas do laptop, que praticamente inviabiliza o uso pelos alunos que têm deficiência de visão. “É preciso ter uma solução de acessibilidade para esses alunos”, afirmou. Outro ponto considerado como limitação é a demora na inicialização computador. A equipe da secretaria fez um experimento substituindo a distribuição Linux que veio no computador por outra, também em software livre, e o desempenho melhorou. Mas essa distribuição não permitia rodar determinados aplicativos. Por fim, o laptop não está preparado para funcionar com a banda larga móvel dos professores, o que limita seu uso fora da escola por esses profissionais.

O relato dessas e de outras dificuldades para a implementação do programa deve ser objeto de estudo e análises de monografias e dissertações pelas universidades envolvidas na capacitação dos professores, propôs Maria Helena Cautiero Jardim, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do UCA naquele estado. Maria Helena disse que essas contribuições serão muito importantes para a correção de rumos e desenvolvimento futuro do UCA.

O seminário “Um Estudante, Um Computador” foi realizado pela Momento Editorial em parceria com a Coordenadoria de Ensino a Distância e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE, com patrocínio da Intel.